Portugal bate recorde de mortes e casos ativos voltam a subir
Há mais 4044 pessoas infetadas com covid-19 na últimas 24 horas e 98 morreram devido ao vírus em todo o país exceto na região dos Açores, informou o boletim da Direção-Geral da Saúde.
Além de ter batido o recorde anterior de óbitos num dia, 95, ocorrido na sexta-feira, os dados apontam para um aumento do número de casos ativos: há agora 71863, mais 1077 do que na véspera.
Outros números preocupantes são os de doentes internados: há mais 10 em unidades de cuidados intensivos (513) e 64 em camas hospitalares (3157).
De norte a sul e ilhas, só a região dos Açores não acrescentou números à lista de óbitos. De resto, Norte (43), Lisboa e Vale do Tejo (30), Centro (18), Alentejo (4), Madeira (2) e Algarve (1) voltaram a registar mortes pelo coronavírus, que no total infetou 348744 pessoas em Portugal.
É no Norte que o vírus mais se propaga, quase com o dobro de casos (2143) do que na região seguinte, Lisboa e Vale do Tejo (1112), que por sua vez também tem mais do que o dobro da região Centro, 512.
Na véspera o país registou o máximo de mortes por covid no período de três dias, 269. Quando estamos a uma dúzia de dias do Natal as autoridades de saúde alertam para a necessidade de adotar cautelas extra.
Baltazar Nunes, responsável pela Unidade de Investigação Epidemiológica do Instituto Ricardo Jorge, em entrevista ao DN, defendeu a redução dos contactos ao máximo antes do Natal.
"Se duas famílias se vão encontrar no Natal, o ideal é que nas duas semanas antes reduzam ao máximo o contacto com terceiros, para que quando se chegue ao momento das festividades a probabilidade de um deles estar infetado seja a menor possível. É preciso que percebam que devem ter comportamentos preventivos para impedir que algum fique infetado. É importante que se faça isto antes, mas também depois, sobretudo pelos grupos mais vulneráveis", afirmou.
Na Alemanha, face ao "número elevado de falecimentos" e o "crescimento exponencial" das infeções, como referiu a chanceler Angela Merkel, .a receita é outra: todos os estabelecimentos comerciais não essenciais, assim como as escolas e creches, vão permanecer fechados a partir da quarta-feira e até 10 de janeiro.
"Somos obrigados a agir e agimos agora", disse Merkel, após uma reunião neste domingo com os 16 líderes regionais dos estados da federação.
A Alemanha optou por medidas mais drásticas por não conseguir travar a segunda onda de contágios. O número de novas infeções diárias aproximou-se das 30.000 na sexta-feira e no sábado, muito acima da média diária da primeira vaga, que o país conseguiu controlar de modo mais eficiente do que a maioria dos países europeus.
O recorde de mortes em apenas um dia foi batido na quinta-feira, com 598.
Com este confinamento parcial, as empresas deverão permitir aos funcionários que trabalhem a partir de casa ou facilitar as férias durante as próximas três semanas e meia "para aplicar em todo o país o princípio 'fique em casa'".
No resto do mundo, o país que lidera os índices pela negativa, os Estados Unidos, foi ultrapassada a marca de 16 milhões de casos de covid-19 desde o ínicio da pandemia, de longe o valor mais alto no mundo, segundo uma contagem independente da Universidade Johns Hopkins.
Índia, com 9,8 milhões de infeções, e Brasil, com 6,8 milhões, são os países seguintes na lista, sendo também os únicos, a par dos Estados Unidos, a contabilizar mais de 3 milhões de contágios desde o início da pandemia. Em quarto lugar surge a Rússia, com 2,6 milhões de casos confirmados.
De acordo com os números contabilizados pela Universidade Johns Hopkins, desde o início da pandemia o país registou ainda 297789 mortes, com um recorde de 3309 óbitos na sexta-feira.
Na sexta-feira, sob pressão da Casa Branca, o regulador dos EUA deu luz verde à primeira vacina contra a covid-19, a vacina da Pfizer e da BioNTech. As primeiras doses vão começar a chegar aos estados na segunda-feira de manhã, anunciaram as autoridades, e serão para profissionais de saúde e residentes em lares de idosos.