Polícias e secretas desdramatizam. "Ainda não temos uma situação de crise na segurança"
Reunidos de emergência no Gabinete Coordenador de Segurança, os diretores de todas as polícias e dos serviços de informações analisaram a atual crise no setor da Energia. Foi criado um "gabinete de acompanhamento" que estará atento aos riscos para a segurança
"Existe uma situação de crise no setor da energia, mas ainda não temos uma situação de crise na segurança" - foi esta a principal conclusão que saiu da reunião de emergência do Gabinete Coordenador de Segurança (GCS), presidida pela secretária-geral do Sistema de Segurança Interna (SSI), Helena Fazenda, que juntou esta tarde de quarta-feira os chefes máximos de todas as polícias e dos serviços de informações.
Fonte que próxima do encontro adiantou ainda ao DN que estes altos responsáveis deixaram clara a necessidade de "desdramatizar" e "evitar o alarme público", mas manter "toda a atenção no desenvolvimento da situação nos próximos dias".
Além dos dirigentes policiais e das secretas, participaram também na reunião, a convite da secretária-geral, o presidente da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, Mourato Nunes, e um representante da Autoridade Nacional de Aviação Civil, ANAC.
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Foi decidido criar um "gabinete de acompanhamento" - uma espécie de grupo de crise para a área da segurança - constituído pelas forças que integram o GCS, "para acompanhar a situação e e para reagir atempadamente sempre que se justifique". A principal preocupação, sustenta uma outra fonte que acompanhou o encontro, "é manter a tranquilidade pública e não potenciar alarmes necessários".
Os serviços de informações informaram os parceiros sobre a sua análise, indicando que a ameaça era "moderada", não antecipando, para já, riscos especiais para a segurança interna. "O risco só poderá aumentar se a situação persistir", sustenta a mesma fonte.
Após mais de duas horas de reunião, o gabinete da secretária-geral do Sistema de Segurança Interna foi sucinto nas conclusões oficiais: "a evolução do presente quadro no âmbito da segurança interna continua a ser acompanhado através do gabinete constituído para o efeito, constituído pelas forças e serviços de segurança e demais entidades que integram o GCS", diz o comunicado final.
Este encontro do GCS foi convocado ao início da tarde pela secretária-geral do Sistema de Segurança Interna (SSI), organismo tutelado pelo primeiro-ministro, conforme tinha noticiado o DN.
Na agenda estava uma análise da crise criada com a falta de combustíveis, provocada pela greve dos motoristas de matérias perigosas, e avaliar os riscos para a segurança interna, principalmente a forma de prevenir e atenuar potenciais conflitos populares.
O GCS integra todas as forças e serviços de segurança (GNR, PSP, PJ e SEF) e os serviços de informações (SIS e SIED) . É o órgão especializado de assessoria e consulta para a coordenação técnica e operacional da atividade das forças e dos serviços de segurança.
A secretária-geral do SSI, Helena Fazenda, presidiu à reunião.
O GCS reúne normalmente uma vez de três em três meses ou "extraordinariamente" sempre que "o presidente o convoque, por sua iniciativa ou a pedido de qualquer dos seus membros". O Gabinete dispõe de uma sala de situação "para acompanhar situações de grave ameaça à segurança interna".