O plano, apresentado pelos ministros do Ambiente e da Ação Climática e da Administração Interna, tem como um dos objetivos a ação em 20% da área rural do país e os territórios a serem transformados podem ser os que tenham sofrido grandes incêndios, explicou o ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, admitindo que possa haver uma "intervenção musculada" em alguns casos..O arrendamento coercivo "não é contra ninguém", ressalvou o ministro, dizendo também que é preciso "dar valor ao espaço rural" e que a capacidade de a floresta portuguesa absorver dióxido de carbono tem de crescer 30%.."Habituamo-nos a olhar para a floresta a partir do tronco, mas temos de saber agora olhar a floresta a partir da copa", onde é absorvido o dióxido de carbono, disse..Matos Fernandes lembrou ainda que 70% do país é território de baixa densidade e que "todos os territórios de baixa densidade têm de viver com mais rendimento" sendo que esse é um dos objetivos do plano apresentado..O plano está em consulta pública durante 60 dias, a partir desta quinta-feira..O Plano Nacional de Gestão Integrada de Fogos Rurais (PNGIFR) tem como grandes objetivos gerais a valorização do território, cuidar dos espaços rurais, modificar comportamentos e gerir eficientemente o risco. É composto por dois documentos, a Estratégia 20-30 e o Programa e Ação..O ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, lembrou que o trabalho para se chegar a uma nova visão e ação sobre os fogos rurais começou após os grandes incêndios de 2017, com um "número inusitado" de vítimas, e salientou os grandes investimentos financeiros e em meios humanos e materiais para este setor.."Deixou-se de falar da época de incêndios, este é hoje um tema para todo o ano", disse o ministro, explicando que não havendo fases para incêndios há um "mecanismo flexível que permite uma resposta (aos fogos) imediata"..Matos Fernandes também partiu do 2017 "dramático" para falar, como Eduardo Cabrita já o tinha feito, dos bons resultados em termos de números de incêndios e de área ardida nos dois últimos anos..Em 2018 e 2019 houve uma diminuição de 47% de ignições, face aos 10 anos anteriores (2008/17), e igualmente uma diminuição de 69% de área ardida nos últimos dois anos, comparando com a mesma média 2008/17..Nesse período 2008/17 houve uma média de 139 incêndios anuais com mais de 100 hectares, que passaram para 40 nos anos 2018 e 2019. Em relação a incêndios anuais com mais de 1.000 hectares na década foram 17 ao todo e nos últimos dos anos aconteceram dois.