O eurodeputado do PSD Paulo Rangel exigiu esta quarta-feira a intervenção do Alto Representante da União Europeia (UE) para os Negócios Estrangeiros, Josep Borrell, face à suspensão de voos da TAP na Venezuela decretada pelo Governo de Caracas na segunda-feira..De acordo com um comunicado enviado às redações, o eurodeputado social-democrata considera "inaceitável" que o Alto Representante "não se tenha ainda pronunciado" em relação à suspensão de voos da TAP para Caracas, capital venezuelana..O governo venezuelano, liderado por Nicolás Maduro, anunciou na segunda-feira a suspensão por 90 dias das operações no país da companhia aérea portuguesa "por razões de segurança", depois de acusações de transporte de explosivos num voo oriundo de Lisboa..Na passada semana, o governo venezuelano acusou a TAP ter permitido o transporte de explosivos e de ter ocultado a identidade do líder da oposição venezuelana, Juan Guaidó, num voo para Caracas, violando "padrões internacionais"..Paulo Rangel considerou que "não pode admitir-se que a UE não tome uma posição oficial" sobre o assunto, lamentando também que o Governo português, liderado pelo socialista António Costa, não tenha "solicitado apoio" a Bruxelas para resolver esta questão diplomática.."A passividade do Alto Representante é tanto mais grave quando se temem retaliações do regime de Maduro sobre os portugueses e os lusodescendentes residentes naquele país", sublinha a nota divulgada esta quarta-feira..Por essa razão, o eurodeputado social-democrata exige que a União Europeia (UE) adote "uma posição oficial de condenação" através de Josep Borrell..Segundo o comunicado divulgado, a representante do Serviço Europeu de Ação Externa, Véronica Lorenzo, respondeu que a exigência será comunicada ao Alto Representante da UE para os Negócios Estrangeiros. Contudo, os eurodeputados do PSD vão dirigir uma pergunta escrita, na quinta-feira, a Josep Borrell para "esclarecer qual a sua posição"..O ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Augusto Santos Silva, considerou, na terça-feira, que a decisão das autoridades de Caracas era "inamistosa" e "injustificada"..No mesmo dia, o Presidente da República português, Marcelo Rebelo de Sousa, repudiou a suspensão por 90 dias dos voos da TAP para a Venezuela, considerando-a injusta, inaceitável e incompreensível..A companhia aérea portuguesa TAP reagiu à sanção imposta pelo executivo de Maduro, referindo que "não compreende" a suspensão de voos que lhe foi aplicada, garantindo que esta é uma "medida gravosa", que prejudica os passageiros.