Menos bancos na Fertagus. "Porque não? As pessoas não andam de pé no autocarro?"

O secretário de Estado do Adjunto e da Mobilidade acredita que a alteração nas carruagens da Fertagus é um processo normal para responder à crescente procura, que excedeu as expectativas do Governo em Lisboa e no Porto. Há mais 167 mil passes.
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Desde esta semana, os comboios da Fertagus, que ligam Lisboa a Setúbal pela Ponte 25 de Abril, passaram a ter menos bancos, de forma a garantirem mais espaço para os passageiros viajarem em pé. Foi a solução que a empresa arranjou para responder ao aumento da procura deste serviço ferroviário desde que entrou em vigor o "Programa de apoio à redução tarifária nos transportes públicos", em abril. O secretário de Estado do Adjunto e da Mobilidade disse, em entrevista ao Jornal de Negócios, que não vê qualquer problema na solução encontrada para o transporte de mais pessoas. "Por que não? As pessoas vão apertadas nos metros em todo o mundo", reiterou José Mendes.

O secretário de Estado desvaloriza a existência de um problema, pois "a viagem é curta". "Já experimentou fazer uma viagem de metro em Londres? O tempo que demora e vai tudo sardinha em lata... As pessoas não andam de pé no autocarro? São viagens curtas, com durações até meia hora", frisou.

Se os transportes da Fertagus eram assim até agora, continua, deve-se ao facto de ter sempre sido "suficiente para a procura". "Agora altera-se o 'layout' no sentido de poder transportar mais pessoas, mas as condições de segurança estão garantidas, até porque tem de ser tudo homologado, como é evidente".

Passaram-se dois meses desde que arrancou o "Programa de apoio à redução tarifária nos transportes públicos". José Mendes traça um balanço positivo e excedente quando comparado com as expectativas do Governo, que previa uma subida de 10% (100 mil novos passageiros) na procura. Em Lisboa, a procura aumentou 26%. No Porto, 16%. "Nas áreas metropolitanas (Lisboa e Porto), já aumentamos 167 mil passes. Isso equivale a muito mais do que estimávamos", contabiliza o secretário de Estado.

Mas acredita que o número pode ser maior se as contas incluírem o resto do país, sobre os quais ainda não há dados. "Acredito que vamos chegar à zona dos 200 mil novos passageiros, o dobro do que prevíamos inicialmente. Estamos a falar de um aumento de 20%", disse.

De acordo com os dados da Fertagus, o novo programa de mobilidade já levou a um aumento das validações de títulos, de 1,8 milhões em abril de 2018 para 2,4 milhões no mês homólogo deste ano. O que representa uma subida de 19,2% em média - 16% na hora de ponta e de 26% fora das horas de maior procura.

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