Mais 646 casos de covid-19 em Portugal, o maior número desde 20 de abril
Em Portugal, nas últimas 24 horas, morreram mais três pessoas e foram confirmados mais 646 casos de covid-19 (um crescimento de 1,05% em relação ao dia anterior). Este é o número de infeções diárias mais elevado desde o dia 20 de abril, quando foram notificados 657 casos.
Segundo o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS) desta quarta-feira (9 de setembro), no total, desde que a pandemia começou, registaram-se 61 541 infetados, 43 284 recuperados (mais 138) e 1 849 vítimas mortais no país.
Há, neste momento, 16 408 doentes portugueses ativos a ser acompanhados pelas autoridades de saúde, mais 505 do que ontem.
Em conferência de imprensa, no Ministério da Saúde, nesta segunda-feira, a secretária de Estado adjunta da Saúde, Jamila Madeira, lamentou o crescimento das novas infeções, dizendo, no entanto, que "o governo já estava expectante que os números viessem a aumentar" neste período de férias, de regresso ao trabalho e à escola.
Por sua vez, a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, sublinhou ser "normal [este aumento] após um período de mobilidade social", destacando ainda que "apenas 12% destes casos dizem respeito a pessoas com mais de 70 anos, o que é um indicador positivo em relação à potencial gravidade dos casos".
A região com o maior número de infetados nas últimas 24 horas é Lisboa e Vale do Tejo, que acrescentou 290 novas infeções (44,9% do total diário).
Seguem-se o norte (mais 276 casos), o centro (mais 40), o Alentejo (mais 23), o Algarve (mais 15), os Açores (mais um) e a Madeira (mais um).
Quanto aos três óbitos registados hoje, estes localizam-se nas regiões de Lisboa e Vale do Tejo (dois) e no norte (um). As três vítimas mortais eram do sexo masculino: duas tinham mais de 80 anos e uma estava na faixa etária dos 70 aos 79.
A taxa de letalidade global do país é hoje de 3%, subindo aos 14,8% no caso das pessoas com mais de 70 anos - as principais vítimas mortais.
Nesta quarta-feira, estão internados 391 doentes (menos três do que no dia anterior), e nos cuidados intensivos há agora 52 pessoas (mais duas do que na véspera).
O boletim da DGS de hoje indica ainda que as autoridades de saúde estão a vigiar 35 151 contactos de pessoas infetadas (mais 685 do que ontem).
O novo coronavírus já infetou mais de 27,7 milhões de pessoas no mundo inteiro até esta quarta-feira e provocou 902 537 mortes, segundo dados oficiais. Há agora 19,8 milhões de recuperados.
No total, os Estados Unidos da América são o país com a maior concentração de casos (6 514 376) e de mortes (194 037), tendo, nas últimas 24 horas, confirmado mais 389 vítimas mortais e 25 873 casos, de acordo com uma contagem independente da Universidade Johns Hopkins.
Em termos de número de infetados acumulados no mundo, seguem-se a Índia (4 374 314), o Brasil (4 165 124) e a Rússia (1 041 007). Portugal surge em 48.º lugar nesta tabela.
Quanto aos óbitos, depois dos Estados Unidos, o Brasil é a nação com mais mortes declaradas (127 517). Depois, a Índia (73 953) e o México (68 484).
Já a China - país onde o novo coronavírus foi descoberto no final do ano passado - não registou casos de contágio local nos últimos 24 dias, uma vez que as duas infeções confirmadas hoje têm origens no exterior, informou a Comissão de Saúde da China.
A cientista-chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS), Soumya Swaminathan, sublinhou nesta quarta-feira que não espera que possíveis vacinas contra a covid-19 estejam disponíveis para a população antes do prazo de dois anos, embora os primeiros grupos de risco possam vir a ser imunizados em meados de 2021.
"Muitos pensam que no início do próximo ano uma panaceia virá resolver tudo, mas não será assim: é um longo processo de avaliação, licenciamento, fabricação e distribuição", salientou a responsável, citada pelo diário espanhol El País.
Estas declarações foram proferidas depois dos ensaios clínicos em larga escala da vacina contra a covid-19 que está a ser desenvolvida pela AstraZeneca e pela Universidade de Oxford terem sido suspensos devido à suspeita de uma reação adversa grave de um voluntário do Reino Unido.
A vacina da AstraZeneca foi considerada pela OMS uma das mais fortes candidatas, tendo já sido celebrado um contrato entre a farmacêutica e a Comissão Europeia que reserva 300 milhões de doses para os Estados membros da União Europeia.
Os ensaios da fase três da vacina, a mais avançada, já estavam a ser feitos, desde agosto, nos Estados Unidos, depois de ter sido testada no Reino Unido, no Brasil e na África do Sul. Agora, não é ainda claro quanto tempo vai durar a suspensão dos testes clínicos.