É preciso recuar ao primeiro mês da pandemia em Portugal (março) para encontrar um número de mortes diárias mais baixo. Concretamente, é preciso voltar a 22 de março, quando foram notificaram mais dois óbitos. Nas últimas 24 horas, morreram mais 6 pessoas e foram confirmados mais 264 casos de covid-19 (um aumento de 0,9% em relação ao dia anterior). Segundo o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS), desta sexta-feira (15 de maio), há no país 28583 infetados, 3328 recuperados (mais 130) e 1190 vítimas mortais..Neste momento, em média, cada pessoa infetada transmite a doença a outra. Ou seja, o RT (o indicador que mede precisamente o número de pessoas que um infetado contagia ao longo do tempo) é de 0,97%, atualizou a diretora-geral da Saúde, durante o balanço diário da situação epidemiológica no país, feito no ministério da Saúde. Sendo que este valor tem "pequenas variações regionais". A maior localiza-se na região Centro, que "apesar de ter poucos casos novos teve uma variação de 1,03", esclareceu Graça Freitas, a partir dos dados recolhidos pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) e que dizem respeito aos últimos cinco dias..Esta sexta-feira, estão internados 673 doentes (menos sete que ontem), destes 112 encontram-se nos cuidados intensivos (mais quatro). A última vez que o número de hospitalizados esteve mais baixo foi a 31 de março, quando estavam internadas 627 pessoas. Segundo o secretário de estado da Saúde, António Lacerda Sales, "desde o dia 4 de maio - dia em que arrancou o desconfinamento - assistimos a uma diminuição de 17% dos internamentos em ambiente hospitalar" e de 16% nas alas de cuidados intensivos..A taxa de letalidade global do país permanece de 4,2%, aumentando para 15,4% na faixa etária acima dos 70 anos - as principais vítimas mortais (86,6% do número total). Dos 1190 óbitos, 48,4% são homens e 51,6% mulheres..Um jovem de 29 anos continua a ser a vítima mortal mais nova da pandemia, em Portugal. Sabe-se também que "a maior parte destes óbitos têm registado no seu certificado de mortalidade comorbilidades", ou seja, doenças anteriores, algumas graves, como cancro, reafirmou a diretora-geral da Saúde hoje..O boletim da DGS indica ainda que aguardam resultados laboratoriais 2722 pessoas e estão em vigilância pelas autoridades de saúde mais de 25 mil. O sintoma mais comum entre os infetados é a tosse (que afeta 41% dos doentes), seguida da febre (30%) e de dores musculares (21%)..Até agora, a primeira fase do desconfinamento não teve impacto na curva epidemiológica portuguesa. Todos os indicadores (novos casos, mortes, contágios por pessoa, internados em cuidados intensivos) encontram-se dentro do espectável, embora apenas mais 2% dos portugueses tenham saído à rua, segundo a Escola Nacional de Saúde Pública..Assim, a segunda de três fases do plano de desconfinamento arranca na próxima segunda-feira. Esta tarde, o Conselho de Ministros reúne-se para avaliar e tomar decisões relativas a esta etapa que prevê a reabertura de escolas, creches, lojas de rua até 400m2, restaurantes, cafés, pastelarias, esplanadas, museus, monumentos, palácios e galerias de arte. "Isto não significa que devemos relaxar os cuidados e as medidas de distanciamento e higiene, mas seguramente dá-nos confiança", apontou, em conferência de imprensa, o secretário de estado da saúde..António Lacerda Sales fez também questão de referir que "o desconfinamento não significou um relaxamento da testagem, pelo contrário: Portugal continua a aumentar o número de testes". Desde o dia 1 de março, o país já realizou mais de 600 mil exames de despiste à covid. 13 de maio é, até agora, o dia em que mais se testou: foram feitos 17 500 testes..Região de Lisboa tem 70% dos novos casos.Dos 264 infetados notificados no último dia, 184 têm residência na região de Lisboa e Vale do Tejo. Nesta zona morreram também três das seis vítimas mortais declaradas hoje. No total, Lisboa tem agora 7951 casos e 262 óbitos..No Norte (a zona mais afetada pelo vírus desde o início do surto), registaram-se as restantes três mortes das últimas 24 horas e mais 48 casos. A região tem agora 16214 infetados e 677 vítimas mortais..Os restantes 32 casos notificados no último dia distribuem-se entre a região Centro (24), a do Alentejo (2) e a do Sul (um). Açores e Madeira não registam qualquer alteração da situação epidemiológica, nas últimas horas..A nível municipal Lisboa continua a ser o concelho do país com maior número de casos (1 871, mais 36 que no dia anterior). Seguem-se Vila Nova de Gaia (1 463, que não registou nenhuma alteração) e o Porto (1 312 mais um), de acordo com os dados do sistema Sinave, que correspondem a 89% do número total de notificações..Criança portuguesa com doença inflamatória associada à covid "teve alta".Durante a conferência de imprensa, Graça Freitas deu ainda conta de que a criança portuguesa com a síndrome inflamatória grave que está a atingir crianças infetadas com covid "teve alta". Estava internada no Hospital pediátrico Dona Estefânia, em Lisboa, e "evoluiu bem", disse a diretora-geral da Saúde..A infeção, que está a ser descrita como uma inflamação multissistémica, atinge, principalmente, crianças até aos cinco anos. Faz-se notar com manchas na pele, febre alta durante vários dias, dificuldades respiratórias e gastrointestinais, glândulas inchadas, dor abdominal. Sintomas semelhantes ao das síndromes de Kawasaki e Choque Tóxico. Em comum, todas as crianças notificadas têm a doença covid-19, ativa ou apresentam anticorpos ao vírus (detetados a partir de testes imunológicos)..No dia em que França revelou a morte de uma criança de nove anos com esta patologia, Graça Freitas anunciou ainda que o caso português foi reportado às autoridades de saúde internacionais e consta de um boletim do Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças dedicado a esta infeção. Em Portugal, não há registo de mais nenhum caso semelhante, mas a DGS garante que "estamos prontos para diagnosticar, bem como para tratar"..Mais de 4,5 milhões de casos no mundo.O novo coronavírus já infetou mais de 4,5 milhões de pessoas no mundo inteiro, até esta sexta-feira às 10:00, segundo dados oficiais. Há agora 1 712 895 recuperados e 303 707 mortes a registar..Os Estados Unidos da América são o país com a maior concentração de casos (1 457 593) e de mortes (86 912). Em termos de número de infetados, seguem-se a Rússia (262 843), o Reino Unido (233 151), Espanha (230 183) e Itália (223 096). Portugal surge em 24.º lugar nesta tabela..Quanto aos óbitos, depois dos Estados Unidos, o Reino Unido é agora a nação com mais mortes declaradas (33 614). Seguem-se Itália (31 368), Fança (27 425) e Espanha (27 459 - mais 138 vítimas nas últimas 24 horas).