Internamentos recorde. Há 506 doentes em cuidados intensivos

Mais 3919 casos e 85 mortes por covid-19 nas últimas 24 horas. Recuperados também batem recordes (7406). Casos ativos tiveram a maior queda desde o início da pandemia. Há apenas 63 camas livres nos hospitais.
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Portugal registou mais 3919 casos de covid-19 e 85 óbitos nas últimas 24 horas. Segundo o boletim epidemiológico da Direção Geral da Saúde (DGS) desta terça-feira os internamentos continuam a subir e batem recordes. Há agora 3275 doentes internados em hospitais (mais 43 do que na véspera), incluindo 506 (mais oito do que na segunda-feira) em unidades de cuidados intensivos.

Esta subida nos internamentos é importante, tendo em conta que, segundo a ministra da Saúde, há 569 camas para doentes covid-19 em Unidades de Cuidados Intensivos. Marta Temido admitiu, em entrevista à SIC, que o serviço está "numa situação crítica", recusando, no entanto, falar em rutura. Certo é que a poucos dias de Portugal atingir o pico de novos contágios na chamada segunda vaga - 25 a 30 de novembro, segundo a estimativa revelada pelos especialistas na última reunião do Infarmed -, há apenas 63 camas livres.

Os recuperados também batem recordes. Mais 7406 pessoas foram dadas como recuperadas esta terça-feira, quase o dobro do registo diário de segunda-feira (3908). O máximo de recuperados até agora era de 7290.

Total de infetados no País é agora de 268 721. Desses 80 423 ainda estão ativos, menos 3572 do que na véspera. É a maior queda desde o início da pandemia se não for contabilizada a atualização de números em atraso de 16 de novembro.

O norte do País mantém a tendência dos últimos dias, registando o maior número de novos infetados (1907 casos entre os 3919) e maior incidência mortal (50 das 85 mortes). Segue-se a região de Lisboa e Vale do Tejo, com 1467 novos casos e 20 mortes.

A zona centro reportou 521 novos casos e mais 12 mortes e o Alentejo mais 101 casos e 3 mortes. Algarve (43 novos infetados), Açores (15 novos infetados) e Madeira (2 novos infetados) não registaram qualquer morte por covid-19 nas últimas 24 horas.

Desde o início da pandemia já morreram 4056 pessoas em Portugal devido ao novo coronavírus. Esta terça-feira foram reportadas mais 85 mortes (mais 11 mortes do que na véspera, 74), o segundo pior registo de sempre. O máximo de óbitos por dia foi reportado a 16 de novembro, quando foram contabilizados 91 mortes.

Segundo a diretora geral da Saúde, Graça Freitas, o norte tem maior taxa de infeção, com índice de 1332 casos por 100 mil habitantes, mais do dobro de Lisboa e Vale do Tejo (com 500 casos por 100 mil habitantes), por exemplo.

Números que ajudam a explicar os dados da Administração Regional de Saúde do Norte. Segundo um relatório da ARS Norte, o Porto foi o único dos seis distritos do norte do País a registar uma diminuição de novos casos de infeção por SARS-CoV-2. Todos os outros (Braga, Viana do Castelo, Vila Real, Aveiro e Bragança) cresceram.

Bragança foi a região que teve o maior crescimento entre a primeira (de 1 a 7) e terceira semana (de 15 a 21) de novembro. A região transmontana teve um aumento de 40%, passando de para 595, com alguns municípios a registar um aumento de casos de mais de 300%, caso de Miranda do Douro.

O país está em estado de emergência desde 9 de novembro e até 8 de dezembro, período durante o qual há recolher obrigatório nos concelhos de risco de contágio mais elevado, além da proibição de circulação entre concelhos nos dias antes e depois dos feriados de 1 e 8 de dezembro (ambos a uma terça-feira).

Desde a meia noite desta terça-feira que Portugal continental está sob novas restrições. A segunda fase do estado de emergência assenta em regras diferenciadas para os quatro níveis pandémicos - "extremamente elevado", "muito elevado", "elevado" e "moderado". Há regras que são nacionais, mas que são agravadas no caso dos concelhos em risco elevado ou extremamente elevado.

O objetivo é travar o contágio crescente no País e salvar o Natal. "Não posso deixar de dizer que já estamos a projetar o que se pode fazer no Natal. Mas primeiro temos de ver que impacto terão as medidas atuais, para depois tomarmos uma decisão", respondeu Graça Freitas, na segunda-feira, esperando que "seja possível abrandar as medidas" atuais, mas "sem qualquer tipo de relaxamento". E com uma garantia: "Temos de continuar a nossa vida, mas minimizando os riscos. Iremos ter Natal, com mais ou menos pessoas."

O número de infetados por covid-19 não param de crescer em todos o mundo. De segunda para terça-feira foram registados mais de 600 mil novas infeções a nível mundial. Há agora mais de 59 milhões de doentes (59 652735) e 1 404 725 milhões de vítimas mortais.

Os continentes americano e europeu continuam a ser as zonas mais atingidas pela pandemia. Os EUA lideram no número de casos (12 778 924) e mortes (263 701), segundo dados do Worldometers.

A Rússia é agora o país onde se regista o maior número de casos positivos por dia. Nas últimas 24 horas o país de Putin reportou 24 326 novas infeções e mais 491 mortes. No total a Rússia contabiliza 2 138 828 de infetados e 37 031 óbitos.

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