MAI abre inquérito à atuação da GNR e Proteção Civil no incêndio dos canis

No total, morreram 54 animais, 52 cães e dois gatos, avançou a Câmara de Santo Tirso.
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O Ministério da Administração Interna abriu nesta segunda-feira um inquérito à atuação da GNR e da Proteção Civil no incêndio que atingiu dois caniss no concelho de Santo Tirso. Em comunicado, o MAI diz que já "foram pedidos esclarecimentos à GNR e à Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), que foram prestados".

O despacho é assinado pelo minitsro Eduardo Cabrita, e determina à inspetora-geral da Administração Interna, Anabela Cabral Ferreira, a abertura de um inquérito "aos factos reportados, visando apurar eventuais responsabilidades".

O ministro considera que subsistem "dúvidas sobre os factos ocorridos na zona florestal da freguesia da Agrela", concelho de Santo Tirso, onde se localizam os dois canis afetados pelas chamas, bem como "sobre a atuação das diferentes autoridades no terreno".

O despacho cita notícias da imprensa segundo as quais "terão perdido a vida dezenas de animais" que se encontravam nos canis "Cantinho das Quatro Patas" e "Abrigo de Paredes", sendo "apontadas eventuais falhas à atuação da GNR e dos agentes da Proteção Civil no terreno".

Eduardo Cabrita refere que, na sequência das notícias, foram pedidos esclarecimentos à GNR e à Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, tendo os mesmos sido prestados.

De acordo com o relato de várias testemunhas, os militares da GNR terão impedido que fossem salvos de dezenas de animais que estavam no canil, que acabaram por morrer no incêndio. No total, morreram 54 animais, 52 cães e dois gatos, avançou a Câmara de Santo Tirso.

Os dois abrigos de Santo Tirso eram ilegais e já tinham sido alvo de "contraordenações e vistorias" de "várias entidades fiscalizadoras", revelou hoje o Ministério da Agricultura.

"Os dois abrigos não têm qualquer registo na DGAV [Direção Geral de Alimentação e Veterinária] , conforme dispõe o decreto-lei 276/2001", diz a tutela, numa nota de imprensa, relativamente aos abrigos em Santo Tirso, no distrito do Porto, onde morreram 54 animais e 190 foram recolhidos.

A GNR afirmou no domingo que a morte dos animais no incêndio em Santo Tirso não se deveu ao facto de ter impedido o acesso ao local de populares, mas à dimensão do fogo e à quantidade de animais.

"É importante salientar que as consequências trágicas deste fogo não tiveram qualquer correspondência com o facto de a Guarda ter impedido o acesso ao local por parte dos populares. A essa hora, já tinham sido salvos os animais que foi possível salvar", explicou a GNR, em comunicado.

Também no domingo, o PAN alertou que o incêndio de grandes proporções em Santo Tirso, no distrito do Porto, atingiu dois abrigos de animais e referiu que "dezenas de animais morreram carbonizados", apelando a mudanças na legislação.

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