Hacker suspeito do ciberataque contra Altice e Benfica fica em prisão preventiva

Jovem de 19 anos foi preso preventivamente, apurou o DN, depois de ter sido detido na quarta-feira.

O jovem de 19 anos que é suspeito de vários ataques informáticos a diversas estruturas do Estado e empresas, incluindo os ciberataques dirigido à Altice e ao Benfica, foi esta quinta-feira colocado em prisão preventiva, apurou o DN. A medida de coação foi aplicada após interrogatório por um juiz de instrução criminal.

Numa operação na quarta-feira, coordenada pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), foram feitas buscas a dois suspeitos, este e outro jovem de 23 anos, engenheiro informático, mas só o primeiro ficou detido. O segundo foi ouvido e constituído arguido.

Em causa estão crimes de sabotagem informática, acesso ilegítimo e acesso indevido, cujas penas podem ir dos dois aos 10 anos de prisão, caso o resultado da ação seja considerado grave.

O principal protagonista assume-se nas redes sociais como 'Zambrius', foi detido na zona da Ericeira. As autoridades sabem que será o fundador do Cyber Team, um coletivo de hacktivistas inspirado e com ligações ao movimento internacional Anonymous, que tem reivindicado vários ataques informáticos.

Este jovem já tinha sido detido em 2017, com 16 anos, e alvo de medidas cautelares (devido à idade) no âmbito da operação "Caretos" da PJ, que desmantelou, em 2015 e 2016, um vasto grupo de hackers que tinham atacado várias estruturas do estado, entre as quais a própria Judiciária e a Procuradoria-Geral da República.

Além do ataque à Altice, é também suspeito de ser os autor de ciberataques contra outras entidades e organizações do nosso país ligadas à Justiça, à Saúde, ao Desporto e a Forças de Segurança.

Boa parte destes ataques foram reivindicados nas próprias contas da Cyberteam nas redes sociais, como aconteceu no passado dia 25 de abril, incluindo o que teve como alvo a EDP e outro ao Banco de Portugal, este mês, embora estes não tivesse sido ainda confirmados na investigação das autoridades.

Fonte judicial que acompanhou a investigação assinalou ao DN que este grupo aumentou nos últimos meses os ataques informáticos, não demonstrando nenhum sinal de querer parar as suas ações ilícitas contra várias entidades do Estado, o que é agravado pelo atual momento de luta contra a pandemia provocada pela covid-19.

Ao que o DN conseguiu ainda apurar destes ciberataques resultaram, em alguns casos, na exfiltração de dados pessoais, de dados confidenciais e sabotagem informática.

Pelo menos desde 2011, que as autoridades referenciaram grupos seguidores dos Anonymous, como o Anonymous Portugal, o Lulzec, o Team Whit3 Portugal, o Sudoh4ck3rs e o Cyber Team.

Em 2016, como foi referido atrás, foram detidos vários elementos destes grupos, mas em janeiro deste ano as autoridades voltaram a ter notícias de ataques que se enquadrava no modus operandi destes coletivos: entrar nos sistemas informáticos, utilizando software malicioso, com o objetivo de extrair e divulgar dados através nas suas redes sociais.

Uma das marcas características de grupos como o Cyber Team é atacar em datas ou eventos nacionais simbólicos com o objetivo de ter um significado de protesto. Foi o caso do passado dia 25 de abril, durante o qual várias entidades foram alvo de ciberataques reivindicados pelo Cyber Team.

A designada "OP25ABR" é realizada pela "comunidade" hacker nacional, visando instituições que, no seu entender, representam formas de limite à sua liberdade.

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