Há mais 825 novos casos e oito mortes em Portugal. Mais de cem doentes nos cuidados intensivos

O boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde indica que há 25 041 casos ativos, mais 480 do que na terça-feira.
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Portugal registou nas últimas 24 horas 825 novos casos de covid-19 (um crescimento de 1,10%) e mais oito mortes, segundo os dados do boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS) divulgado nesta quarta-feira (30 de setembro). No total, desde o início da pandemia, foram confirmados 75 542 casos positivos da doença e 1971 óbitos.

Há mais 337 pessoas recuperadas da doença, num total de 48 530, e Portugal tem agora 25 041 casos ativos, mais 480 do que na terça-feira. 97,3% dos doentes estão em casa e 2,3% em enfermaria, indicou a ministra da Saúde, Marta Temido, durante a conferência de imprensa sobre a evolução da pandemia.

Dos 825 novos casos reportados, 398 foram identificados em Lisboa e Vale do Tejo - 48% do total nacional de novas infeções.

Registam-se 294 novos diagnósticos de covid-19 na região Norte, mais 82 no Centro, mais três no Alentejo, mais 41 no Algarve. Há mais cinco casos nos Açores e dois na Madeira.

Os óbitos registados nas últimas 24 horas ocorreram em Lisboa e Vale do Tejo (seis) e no Norte (dois). Sete vítimas mortais tinham mais de 80 anos e uma tinha entre 60 e 69 anos.

Perante os dados do boletim da DGS, a taxa de letalidade é de 2,6% e acima dos 70 anos situa-se nos 13,5%.

A tendência de crescimento nos internamentos mantém-se. Há agora 666 pessoas hospitalizadas (mais cinco do que na véspera), das quais 105 estão em unidades de cuidados intensivos (mais seis). De acordo com Marta Temido, 97,3% dos casos ativos encontram-se em casa.

A ministra da Saúde referiu que a taxa de incidência do novo coronavírus é de 49,4 novos casos por cem mil habitantes a sete dias. A 14 dias, é de 96,4 novos casos por cem mil habitantes. Já o valor médio do risco de transmissibilidade (RT), de 21 a 25 de setembro, situa-se nos 1,07 - entre 1,16 no Algarve e 0,9 no Alentejo -, pormenorizou Marta Temido.

O boletim da DGS indica também que 44 758 pessoas estão sob vigilância das autoridades de saúde (mais 527 em relação ao dia anterior).

Graça Freitas garantiu nesta quarta-feira que haverá peregrinos no Santuário de Fátima a 13 de outubro, ao contrário do que aconteceu no aniversário das aparições, em maio. "Hoje será publicado pelo próprio Santuário um parecer que foi dado pelas autoridades de saúde. Tem sido um trabalho profícuo e de colaboração, que vai permitir presença de peregrinos no Santuário a 13 de outubro", revelou a diretora-geral da saúde.

Graça Freitas também falou dos jogos da seleção que terão público nos estádios e referiu que serão testes-piloto e não o pontapé de saída do regresso dos adeptos aos recintos desportivos. "Temos tido uma situação de precaução e de prudência. Prioridade era a reabertura das escolas, não estava prevista a presença de público nos estádios. A situação vai evoluindo e vamos fazer dois testes-piloto de forma gradual em jogos da seleção, que são considerados de menor risco. O Portugal-Espanha em Alvalade terá 5% da lotação, o Portugal-Suécia terá 10% do público. Vamos observar o comportamento do público", referiu.

302 surtos ativos no país, a maior parte no Norte, todos caracterizados pelas autoridades de saúde, afirmou hoje no Parlamento a diretora-geral da Saúde.

Até esta terça-feira, foram identificados 123 surtos na região Norte, 33 no Centro, 106 em Lisboa e Vale do Tejo, 17 no Alentejo e 23 no Algarve, esclareceu Graça Freitas na comissão parlamentar de Saúde, numa audição em conjunto com a comissão de Trabalho e Segurança Social.

"Estão todos tipificados. Sabemos onde estão e como aconteceu, se foi numa festa de casamento, num restaurante ou numa peregrinação, e também quem são os contactos próximos", disse a responsável pela DGS, explicando que só ao fim de 28 dias sem casos novos é que as autoridades dão os surtos por resolvidos.

Um desses surtos está no Hospital de Beja, onde se encontram 32 profissionais infetados e vários em isolamento.

A diretora-geral da Saúde adiantou ainda que os dados disponíveis apontam para 51 surtos ativos em lares em todo o país, dez dos quais no Norte, dois na região Centro, 35 em Lisboa e Vale do Tejo, três no Alentejo e outros três no Algarve.

Sobre o caso do lar da Fundação Maria Inácia Vogado Perdigão Silva, em Reguengos de Monsaraz (Évora), onde morreram 18 pessoas (16 utentes, uma funcionária do lar e um habitante da comunidade), Graça Freitas afirmou que "não houve inação das autoridades" e que "houve várias visitas" para verificar se o lar ia corrigindo as situações detetadas e aplicando as recomendações das autoridades.

Aos deputados, Graça Freitas afirmou que "mesmo quando há um teste negativo, isso não garante que as pessoas não estejam em incubação da doença". "É esse o grande desafio", afirmou a responsável, sublinhando que no próximo inverno "o país não vai ser igual" pois "há regiões mais afetadas em termos comunitários e onde a circulação do vírus é mais ativa".

Nesta quinta-feira vai entrar em vigor o plano que prevê brigadas de emergência para trabalhar diretamente com lares, mas o número de profissionais envolvidos vai ser inferior ao que estava planeado. "As brigadas vão avançar no início de outubro, como previsto, mas terão menos profissionais do que os que estavam inicialmente previstos. Serão cerca de 60 enfermeiras e 200 ajudantes de ação direta. Haverá apoio preventivo de médicos e técnicos de saúde em regime não presencial. Procuramos ainda corresponder ao plano inicial para ter a respostao mais afinada possível no terreno", revelou nesta quarta-feira Marta Temido na habitual conferência de imprensa da DGS.

Com a proximidade do inverno e o aumento das infeções, vários países europeus adotaram novas restrições para conter a propagação do novo coronavírus, enquanto as empresas farmacêuticas estão numa corrida contra o tempo para desenvolverem uma vacina contra a covid-19.

A vacina da Moderna é uma das que estão na fase mais avançada nos ensaios clínicos. A empresa norte-americana de biotecnologia divulgou nesta terça-feira os resultados da fase 1, com base em dados provisórios. As conclusões sugerem que mRNA-1273 "pode gerar anticorpos neutralizantes em idosos e adultos mais velhos em níveis comparáveis aos que foram gerados em adultos jovens".

A pandemia de covid-19 já provocou mais de um milhão de mortos e mais de 33 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

No balanço das últimas 24 horas, foram confirmados 5653 óbitos e 288 127 novos casos a nível global. Os países que registaram mais mortes nos seus últimos balanços são a Índia (1179), os Estados Unidos (871) e o Brasil (863).

Mais de 33 719 740 casos foram oficialmente diagnosticados desde o início da pandemia, com pelo menos 23 249 700 pessoas que foram hoje consideradas como recuperadas.

Com Lusa.

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