Graça Freitas: "Quem entrar em Portugal terá de ficar 14 dias em isolamento profilático"

Diretora geral da saúde revelou esta sexta-feira em conferência de imprensa nova norma para entrada e saída do país
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Graça Freitas revelou esta sexta-feira em conferência de imprensa que "quem entrar em Portugal terá de ficar em isolamento profilático durante 14 dias", segundo a nova norma para entrada e saída do país, depois de ter sido anunciado no boletim epidemiológico que o covid-19 já provocou 1.020 casos de infeção e seis mortes em Portugal.

A diretora geral de saúde reiterou igualmente que a principal medida de prevenção não é a utilização de máscaras mas sim o distanciamento social. "As máscaras terão de ser utilizadas por doentes e imunodeprimidos, não olhem para essas pessoas como se estivessem infetadas por covid-19. A principal medida de segurança é o distanciamento social, não a máscara. A máscara transmite a sensação de falsa tranquilidade", frisou.

Graça Freitas voltou a frisar que "é obrigatório o isolamento de pessoas doentes e de pessoas que as autoridades de saúde pediram para ficarem em casa". "Não é facultativo. Idosos, diabéticos e pessoas com outro tipo de pessoas carecem de mais isolamento e precisam de ser cuidadas. A sua rede familiar de apoio tem de ter atenção. Manter os idosos e os doentes protegidos é muito importante", vincou. "Apelamos aos lares para que se organizem de alguma forma para retirar alguém com sintomas de espaços coletivos até que seja feito um teste", prosseguiu.

A responsável revelou ainda que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) tem capacidade para levar a cabo 9 mil testes, um número que deverá aumentar devido à chegada de novos kits e metodologias, mas só depois de passarem pelo filtro de qualidade do Instituto Ricardo Jorge. "9 mil testes é a capacidade que nós temos, mas Instituto Ricardo Jorge é que avalia a qualidade desses testes e depois é que se decide é quem o faz. Tem de haver controlo de qualidade e disso não abdicamos. O número de testes não tem de ser feito de forma crescente. A maior parte dos testes dá negativo. Os números variam quanto a necessidade de testar pessoas, mediante o risco de exposição que elas tiveram", explicou.

Relativamente à discrepância entre os números da Direção-geral de saúde (DGS) - um - e das autoridades de saúde regionais - seis - relativamente aos casos confirmados na Madeira, Graça Freitas explicou que, além do caso confirmado no boletim, outro deu entrada já depois da meia-noite, quando o boletim já se encontrava fechada, e quatro aguardam validação por parte do Instituto Ricardo Jorge. "Neste boletim contabilizamos os casos que são reportados no sistema eletrónico. Há dois casos que estão completamente confirmados, um que entrou após a meia-noite e quatro que aguardam validação por parte do Instituto Ricardo Jorge. É uma medida de segurança", salientou.

Sobre a propagação em Lousada e Felgueiras, a diretora geral de saúde diz que os contactos dos casos confirmados foram identificados e que a situação "está controlada, mas sob observação".

Já o secretário de Estado da saúde salientou que o serviço telefónico SNS 24 tem sido robustecido. "O SNS 24 continua a ser a porta de entrada dos doentes de covid-19. É através deve serviço que devemos entrar na linha de apoio médico. É graças a este circuito que tem sido possível evitar a entrada através dos serviços de urgência. Os tempos de resposta ainda não são os que gostaríamos que fossem, mas estamos a adequar e a melhorar o processo. Esta quinta-feira registámos um número recorde de chamadas: mais de 4 mil", explicou. "Foi criado um micro-site e aumentar a testagem também é uma das nossas prioridades", acrescentou.

António Lacerda Sales confirmou ainda que existe um avião que está prestes a ir à China buscar novos equipamentos e admitiu que o recurso a hospitais privados está para breve. "Existem 450 espaços de cuidados intensivos em privados. Não foram ainda chamados porque não houve essa necessidade, mas assim que a dimensão do surto o obrigar, serão requisitados", afirmou.

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