Graça Freitas: "Iremos ter Natal, com mais ou menos pessoas"
Graça Freitas admitiu que o Natal em modo pandemia "já está a ser projetado", mas preferiu não adiantar medidas, uma vez que as eventuais restrições dependem da evolução da situação atual e do resultado das medidas projetadas até dia 9 de dezembro.
"Não posso deixar de dizer que já estamos a projetar o que se pode fazer no Natal. Mas primeiro temos de ver que impacto terão as medidas atuais, para depois tomarmos uma decisão", respondeu a diretora-geral da Saúde, na conferência de Imprensa, desta segunda-feira, onde revelou que Portugal registou mais 4044 novos casos e 74 mortes por covid-19.
Graça Freitas espera que "seja possível abrandar as medidas" atuais, mas "sem qualquer tipo de relaxamento". Para a governante: "Temos de continuar a nossa vida, mas minimizando os riscos. Iremos ter Natal, com mais ou menos pessoas."
Para que isso seja possível em família é preciso não baixar a guarda. E por isso a diretora-geral da Saúde começou a conferência de Imprensa com alguns apelos e alertas, lembrando as regras sanitárias e recomendações comportamentais para travar o contágio crescente: "Vamos fazer escolhas. Está nas nossas mãos decidir com quem nos encontramos presencialmente."
Segundo Graça Freitas, nesta fase da pandemia, o contacto familiar assume "um grande relevo na transmissão do vírus", reforçando: "Está na hora de sermos nós a moldar a dinâmica do vírus".
"Ao conviver em presença com familiares meus de outros núcleos ou com amigos, aumento a probabilidade de contágio. Vamos fazer escolhas. Está nas nossas mãos decidir com quem nos encontramos presencialmente e, nestes encontros, está também nas nossas mãos proteger e protegermo-nos. Há alternativas ao convívio físico", argumentou.
A diretora-geral da Saúde admitiu ainda que "a situação dos assintomáticos é das mais difíceis de perceber" e revelou que já está a ser definida a cadeia de distribuição das vacinas contra a covid-19 por todo o continente e regiões autónomas. Sobre o plano do PCP para a realização do Congresso, que começa na sexta-feira, já chegou à DGS e está a ser analisado.
Segundo os últimos números há 508 surtos ativos em Portugal: 182 são em lares, 94 surtos ativos a todo o nível de ensino e 37 surtos em instituições de saúde." Por isso um dos objetivos é "começar a utilizar testes rápidos e a rastrear sequencialmente uma população altamente vulnerável, que é aquela que reside nos lares".
Segundo a diretora-geral, a disseminação no mercado destes testes pode "ajudar muito a utilizar medidas", quer sejam para investigar surtos em escolas, em lares, assim como "noutros contextos, para detetar pessoas doentes, quer ainda no contexto de rastreios de populações específicas ou de concelhos específicos".
No dia em que Marcelo Rebelo de Sousa recebe a ministra da Justiça, Francisca Van Dunem, e a ministra da Saúde, Marta Temido, sobre a situação pandémica nas prisões - há seis estabelecimentos prisionais com surtos -, a diretora da DGS lembrou que "se devem aplicar as mesmas regras que se aplicam noutros contextos. Ou seja, sempre que em ambiente fechado deve usar-se [máscara] - exceto na bolha - e sempre que em ambiente aberto e não houver distanciamento social também".