Só 10 dos 219 novos casos de covid não são na Grande Lisboa. "Situação é complexa", diz DGS

Há três novos focos de contágio na zona de Almada - Seixal. Já na Azambuja, surto mostra-se menos agressivo nos últimos dias. A diretora-geral da Saúde fala numa "situação complexa", no dia em que a região de Lisboa soma quase todos os novos casos de covid-19 nacionais.

Em Portugal, nas últimas 24 horas, morreram mais 12 pessoas e foram confirmados mais 219 casos de covid-19 (um aumento de 0,7% em relação ao dia anterior). Segundo o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS), desta terça-feira (26 de maio), no total, desde que a pandemia começou registaram-se 31 007 infetados, 18 096 recuperados (mais 274) e 1 342 vítimas mortais no país.

Quase todos os novos infetados (96%) vivem na região de Lisboa, onde "alguns surtos mais ou menos localizados" continuam a surgir, apontou a diretora-geral da Saúde, em conferência de imprensa. Há três novos foco na zona Almada-Seixal, um deles encontra-se no Bairro da Jamaica, onde há 16 casos. Autoridades de saúde garantem que a vigilância está apertada, na região do país em que o ritmo de contágio é mais acelerado.

Esta terça-feira, estão internados 513 doentes (menos 18 que ontem), destes 71 encontram-se nos cuidados intensivos (menos um). A ser tratados em casa estão 35,7% das pessoas com covid, informou o secretário de estado da Saúde, António Lacerda Sales.

Entre os hospitalizados, estão 190 utentes de lares. Ao todo, há agora 1760 pessoas que residem em lares infetadas e que estavam espalhadas por 285 instituições (11% das que existem no país). O governante garante que as autoridades continuam empenhadas "em proteger os mais vulneráveis, em identificar focos de doença enquanto continuamos a preparar o Serviço Nacional de Saúde para a resposta imediata à covid e não só".

A taxa de letalidade global do país é hoje de 4,3%, aumentando para 16,7% na faixa etária acima dos 70 anos - as principais vítimas mortais. Dos 1 342 óbitos, 48,9% são homens e 51,1% mulheres.

O boletim da DGS indica ainda que aguardam resultados laboratoriais 1815 pessoas e estão em vigilância pelas autoridades de saúde mais de 26 mil. O sintoma mais comum entre os infetados é a tosse (que afeta 40% dos doentes), seguida da febre (29%) e de dores musculares (21%).

Portugal já realizou mais de 750 mil testes de despiste, segundo o secretário de estado da Saúde, que acrescenta que "o aumento de testagem continua. Porem não se reflete um aumento geral de casos, o que é um bom indicador".

Região de Lisboa com mais 209 infetados. "Situação complexa, mas sob medidas de controlo muito apertadas"

Dos 219 infetados notificados no último dia, 209 têm residência na região de Lisboa e Vale do Tejo. Nesta zona morreram também três das 12 vítimas mortais declaradas hoje. No total, Lisboa tem agora 9778 casos e 325 óbitos.

As autoridades de saúde justificam estes números com "alguns surtos mais ou menos localizados", apresentado como exemplo "três pequenos focos comunitários" recentes na zona de Almada-Seixal, que resultaram em 32 infetados. "A situação é complexa, está sob observação, mas também está sob medidas de controlo muito apertadas", disse a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas.

Os novos focos, como o DN escreve hoje, começam a surgir em bairros sociais. O Bairro da Jamaica (Seixal) "é um dos focos neste momento e tem identificados 16 casos positivos, que estão a ser seguidos pelas autoridades", indicou Graça Freitas, em conferência de imprensa.

Já o surto na plataforma logística da Azambuja, que causou mais de 120 infetados, "tende para o controlo", ou seja, os testes mais recentes feitos a trabalhadores não têm aumentado muito o número de casos ligados a esta zona. Segundo a diretora-geral da Saúde, há apenas uma novidade: "apareceram dois casos novos em empresas diferentes, um em cada uma. Um pelo menos foi um contacto domiciliário".

Na zona da Grande Lisboa estão em vigilância, pelas autoridades de saúde locais, 11 359 pessoas entre os envolvidos nos surtos e os seus contactos próximos.

Os restantes infetados, nas últimas 24 horas, distribuem-se pelo Centro (mais sete), pelo Sul (mais dois) e pelo Alentejo (mais um). O Norte não só não acrescenta nenhum caso, como diminui dois de ontem para hoje, no boletim.

Quanto aos novos óbitos, o Norte foi a região onde morreram mais pessoas no último dia (oito). Há um óbito no Centro e três na região de Lisboa.

Novos casos na Grande Lisboa aumentaram 18% numa semana

Dos 15 concelhos portugueses que registam mais de 500 infetados com covid-19, cinco são na região de Lisboa e Vale do Tejo (Loures, Amadora, Sintra, Lisboa e Cascais). Juntos, estes municípios, aumentaram o ritmo de contágio na última semana em 18%, quando os restantes dez concelhos mais afetados pela pandemia subiram, em média, 3%.

Mais pessoas, mais mobilidade - e os mais pobres começam a ser afetados. Estes serão os fatores que justificam o aumento do número de casos na Grande Lisboa, disse o delegado da Administração Regional de Saúde (ARS) da zona, Mário Durval, ao DN.

Entre 18 e 25 de maio - a terceira semana do plano de desconfinamento e a primeira com escolas, creches e comércio abertos - a cidade de Lisboa somou mais 220 casos, Loures 186, Sintra 179, Amadora 111, Oeiras mais 50, enquanto Vila Nova de Gaia - o segundo concelho do país com mais infetados no total - subiu 67. O Porto aumentou 29 casos em sete dias, Matosinhos 33 e a Maia 28. O ritmo de crescimento dos municípios de Lisboa é cinco vezes superior aos do resto do país.

Mais de 5,6 milhões de casos em todo o mundo

O novo coronavírus já infetou mais de 5,6 milhões de pessoas no mundo inteiro, até esta terça-feira às 09:43, segundo dados oficiais. Há agora 2,3 milhões recuperados e 348 241 mortes a registar.

Os Estados Unidos da América são o país com a maior concentração de casos (1 706 226) e de mortes (99 805). Em termos de número de infetados, seguem-se o Brasil (376 669) e a Rússia (362 342). Portugal surge em 27.º lugar nesta tabela.

Quanto aos óbitos, depois dos Estados Unidos, o Reino Unido é a nação com mais mortes declaradas (36 914). Seguem-se Itália (32 877), e França (28 432).

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