Moedas é culpado
Terminada a discussão sobre o Orçamento do Estado, o Partido Socialista em Lisboa vive uma espiral política desconcertante. O seu comportamento nas reuniões de Câmara já provocou até o adiamento dos trabalhos durante horas, atrasando discussões importantes, porque não confiava nas substituições de vereadores (nos termos da lei) que os funcionários da câmara têm de assegurar.
Confrontados com a menorização a que Pedro Nuno Santos votou Lisboa, elegendo o Porto como sua grande prioridade, vivem numa berraria política desesperados por polémica e atenção. E perante a impossibilidade de inviabilizarem o orçamento da câmara, tão adequado que é para as necessidades da população, o Partido Socialista em Lisboa opta por acusar Carlos Moedas de tudo e de nada.
Criticam a Higiene Urbana, porém nada dizem sobre o aumento de 65% no orçamento para esses serviços em 2025. Para não falar do facto de, logo no início do mandato, Carlos Moedas ter reconhecido uma antiga exigência, indo ao encontro do reclamado por trabalhadores e sindicatos da Higiene Urbana.
E qual a resposta dos sindicatos? Foi a justa paz laboral? Infelizmente não… Foi antes um número de greves muito superior ao do mandato anterior, a somar a vários plenários de trabalhadores que ocorrem no horário de trabalho. Só na última semana, de acordo com os números do município, foram 24.
Isto implica que é impossível completar circuitos de recolha, ficando os caixotes do lixo residencial espalhados pela cidade, mesmo a calhar para as fotografias de oportunidade, sobre o lixo por recolher.
Os socialistas também criticam as políticas de habitação, acusando o presidente de beneficiar interesses obscuros. São as mesmas vozes que ignoraram os anseios de milhares de lisboetas que esperavam pela entrega de uma chave e pela dignidade de um teto. Desde o início deste mandato, já foram atribuídas 2125 habitações e a Carta Municipal de Habitação prevê 3000 novas casas públicas.
Quando falam de mobilidade, apresentando Lisboa como um caos motorizado, esquecem as novas ciclovias, os parques dissuasores e o alargamento da rede Gira, enquanto a oferta de transporte gratuito chegou a cerca de um quinto da população.
Ainda recentemente, foi apresentado o plano de requalificação da Almirante Reis, contemplando profundos melhoramentos para uma avenida que se quer moderna e resolvendo o problema da ciclovia feita em cima do joelho, perigando todos.
Em Lisboa, quando o PGDL obriga a um condicionamento temporal das nossas vidas, em troca de uma segurança maior contra catástrofes climáticas como a de Valência, parece que apenas a crítica às dores do presente é permitida, ignorando os frutos futuros.
Por fim, dizem que a cultura está esquecida. Contudo, vimos o renascimento do Teatro Variedades, os seis teatros em cada bairro e a inauguração de novos espaços como o Green Hub, iniciativas que conjugam tradição e inovação e são um reflexo do forte investimento na cultura em Lisboa.
Tudo isto feito e ainda assim diz a Oposição que Carlos Moedas é culpado por não fazer nada.
Carlos Moedas é, de facto, culpado por não fazer nada… Em cima do joelho.