Um estudo divulgado em pormenor esta semana pela Agência da União Europeia sobre Drogas (EUDA) chama a atenção para as mudanças de comportamento dos estudantes com idades entre os 15 e os 16 anos.Os resultados do inquérito a 113.882 jovens europeus mostraram uma redução do consumo de álcool, tabaco e canábis – o que é, obviamente, uma boa notícia no que diz respeito à saúde dos adolescentes.Mas o problema a que é necessário as autoridades de saúde, pais e até responsáveis escolares estarem atentos surge nos pontos seguintes das conclusões: nas idades do estudo (15 a 16 anos) está a aumentar o uso dos cigarros eletrónicos, o consumo de analgésicos, a utilização das redes sociais, o jogo e apostas online. Não sendo uma novidade absoluta, estas conclusões do ESPAD (European school survey project on alcohol and other Drugs) têm a virtude de voltar a colocar nas notícias temas com bastante impacte na sociedade e nas relações que estes jovens conseguem – ou não – manter no seu dia-a-dia.No documento divulgado a EUDA frisa que apesar da redução do consumo de algumas substâncias “é claro que não corresponde a uma redução do risco. Na realidade o consumo de substância psicoativas e o uso do digital representam um novo e complexo desafio para a saúde pública”.E de que riscos estamos a falar? Do isolamento social, do bullying, da violência online, dos problemas físicos (obesidade, por exemplo), da saúde mental (depressões, ansiedade).Todas estas questões estão identificadas – a Associação Portuguesa de Apoio à Vítima tem até um site dedicado a apoiar os jovens (apavparajovens.pt) –, mas a verdade é que os estudos divulgados anualmente não deixam de chamar a atenção para estas situações que mais tarde podem ter implicações na forma como os jovens adultos se relacionam com os outros.Entre as conclusões, o documento aponta a necessidade de dar prioridade às questões da saúde mental nas escolas e pede, também, que sejam tomadas decisões para diminuir a exposição dos jovens aos riscos criados pelo acesso ao mundo digital.Para concluir: os alertas estão feitos, o principais riscos conhecidos. Falta agora começar a dar passos mais fortes na tentativa de reduzir os efeitos dessa exposição digital e aos cigarros eletrónicos nos adolescentes. Editor executivo do Diário de Notícias.O ensino superior como elo para desenvolver as regiões .O país que vive entre promessas falhadas e justiça lenta