De Bakhmut a Tinzaouaten – O Requiem Wagner no Mali!
O acontecimento é de Julho, de 25 a 27, mas foi esta semana que se tornaram públicos alguns detalhes importantes, sobre a desgraça russa na Batalha de Tinzaouaten, na fronteira norte Mali-Argélia.
Primeiro, actualizar informação importante: Os Wagner já não são Wagner, passaram de oficiosos a oficiais através da integração dos mesmos no que agora se designa por Africa Corps, sob coordenação e autoridade do Ministério da Defesa da Federação Russa. A manutenção da sigla Wagner nas fardas, prende-se com o facto de metade deste Corpo Africano transitar dos Wagner de Prigozin.
Segundo, a 25 de Julho, com a bênção do “nevoeiro de uma tempestade de areia”, os tuaregues que em Novembro tinham abandonado Kidal, para evitar confronto e respectiva destruição da cidade, perante o avanço das FAMA, as Forças Armadas do Mali, apoiadas pelos Wagner, emboscaram um “comboio de carros” que transportava precisamente pessoal FAMA/Wagner para Tinzaouaten.
Terceiro, não há números de mortos oficiais, há “dúzias de mortos malianos e russos”, segundo fontes abertas e nada de oficial.
Quarto, sabe-se também que se tratavam de veteranos de guerra russos. Máquinas de guerra, que sobreviveram a Bakhmut/Ucrânia, Síria e Líbia. Os relatos dos camaradas e das viúvas, dizem que eram as figuras inspiradoras para o novo grupo oficial em formação, o Africa Corps, bem como para o recrutamento externo. “Resmas de veteranos” todos juntos e em trânsito no Sahara profundo, demonstra a confiança com que se instalaram e circulavam, demonstrativo também do desconhecimento sobre os “homens azuis” e suas manhas, inuendos e “sub-pensamentos” que equivalem sempre a “sub-intenções” e a “sub-objectivos”! Então não vos cheirou a esturro quando chegaram a Kidal e nem um gato encontraram? Os tipos falam com os olhos pá!
Quinto e mais importante! A Batalha de Tinzaouaten foi travada entre o Enquadramento Estratégico para a Defesa do Povo de Azawad e as FAMA/Wagner. Mas, mas, a ramificação local da Al-Qaeda, o JNIM, já veio afirmar que também participou nesta tempestade de areia contra os infiéis FAMA/Wagner. O Enquadramento Estratégico já veio desenquadrar o JNIM, afirmando que não há associação ou houve participação do grupo jihadista no 25/27 de Julho. Porque é que isto é importante?
Sexto, porque o “caldo Gaza-Israel” é ideal para associar a causa de Deus à causa palestiniana e surgir um esperado upgrade do Estado Islâmico e levantar-se de novo a bandeira do Islão, mobilizando a Ummah, num derradeiro confronto civilizacional.
Ainda não aconteceu, mas a deterioração da situação no Sahel Ocidental (Mali, Níger e Burquina), colocam esta hinterlândia com potencial para se tornar num Sahelistão que territorialize uma nova fase da senda recta para o Califado. Estão lá todos, menos os franceses!
Escreve de acordo com a antiga ortografia