São 32 as acusações que pesam sobre Marius Borg Hoiby, o filho mais velho da princesa Mette-Marit da Noruega, quatro delas de violação. Fruto do primeiro casamento da mulher do príncipe herdeiro Haakon, Marius, 28 anos, está detido há um ano e foi agora acusado. Ora Marius pode não ter nenhum título real ou funções oficiais, mas, ao ser filho da futura rainha, não deixa de ser uma dor de cabeça para o rei Harald V que, aos 88 anos recusa abdicar. Mas Marius não é o único royal (ou lá perto) problemático. São vários os familiares de cabeças coroadas envolvidos em escândalos nos últimos anos. Basta olhar para Espanha, onde Felipe VI em 2014 herdou o trono após a abdicação do pai, Juan Carlos, envolto em polémicas. Após quase 40 anos no trono, o homem que Franco escolheu para sucessor, mas pôs Espanha no rumo da democracia, afastava-se entre infrações fiscais e alegadas amantes. E acabaria por sair do país, passando os últimos anos num exílio auto imposto nos Emirados. O próprio Juan Carlos já tinha tido de lidar, nos últimos anos do reinado, com outro escândalo na família, envolvendo Iñaki Urdangarin, o marido da filha mais nova, a infanta Cristina. Envolvido no caso Noos, o antigo jogador de andebol acabaria por ser condenado por fraude, fuga ao fisco e tráfico de influências. Com o título, Felipe também herdou os imbróglios familiares e logo em 2015 retirou à irmã o título de duquesa de Palmas. O monarca, que rejeitou a herança do pai e reduziu a família real a seis pessoas, terá entretanto feito as pazes com Cristina, já divorciada de Iñaki, que além dos problemas judiciais também teria uma relação extraconjugal. De Espanha para o Reino Unido, nem é preciso recuar ao “annus horribilis” de Isabel II, esse 1992 em que a rainha lidou com as separações de três dos quatro filhos, para tropeçar em escândalos reais. Ainda antes de morrer, em 2022, a rainha viu denunciada nos jornais a amizade entre o príncipe André e o abusador sexual de menores Jeffrey Epstein, um escândalo que se arrasta até hoje, dando agora preocupações ao rei Carlos III. Este, ainda príncipe de Gales, habituou-se a ver o filho mais novo, Harry, fazer jus à imagem de bad boy que se deixou fotografar nu em Las Vegas ou usou um uniforme nazi numa festa. Mais tarde redimiu-se, tornando-se num militar condecorado. Mas tudo azedou de novo após o seu casamento com a atriz americana Meghan Markle. Após meses de tensão, em 2020 o casal pediu a emancipação da família real e mudou-se para a América, de onde denunciaram atitudes racistas contra Meghan por parte da família real. Muita mais casas reais e muitos mais escândalos haveria para falar, mas bastam estes exemplos para se perceber que quando se trata de familiares problemáticos, as cabeças coroadas são como todos nós. Mas no caso deles, afastar o problema pode mesmo ser a única forma de proteger a monarquia.Editora-executiva do Diário de Notícias