Com uma grande parte do país entretida a seguir as notícias sobre a saída de Bruno Lage do cargo de treinador do Benfica, após a derrota frente ao Qarabag (Azerbaijão) no primeiro jogo da Liga dos Campeões, e a contratação de José Mourinho, qual D. Sebastião da nação benfiquista, passaram praticamente despercebidas as declarações de um deputado municipal de Lisboa que se apresenta como o candidato do Chega ao cargo de presidente da autarquia.Bruno Mascarenhas disse na reunião de terça-feira à noite (dia 16) da Assembleia Municipal de Lisboa que, passo a citar a Lusa, “Esta ponte – chame-se Salazar, 25 de Abril, ponte sobre o Tejo – está num estado preocupante em termos da sua sustentação. Nós temos qualquer dia de mandar parar esta ponte para uma reparação e acho que é importante que a Infraestruturas de Portugal tenha em consideração o estado em que a ponte se encontra [...]. Acho que devemos alertar as autoridades sobre o estado em que a ponte se encontra”.Ou seja, a acreditar nas palavras do candidato a presidente da autarquia lisboeta a estrutura - a que ele chama preferencialmente Salazar ou sobre o Tejo - não é segura e carece de uma intervenção rapidamente. O que entretanto mereceu uma resposta da Infraestruturas de Portugal onde garante que esta é “objeto de inspeção e manutenção permanente”.Questionado pelos restantes deputados sobre que dados tinha para fazer essa afirmação e perante os pedidos para partilhar a informação não o fez. Aliás, acrescentou: “Nós sabemos que a ponte está numa saturação muito grande e é isso que temos de ter em consideração. Eu não disse que a ponte ia cair. Eu não disse que estava em risco. Eu disse que há uma saturação muito grande, [...].” Portanto, disse, mas não disse. Afinal falou de um tema sensível sem ter dados que comprovassem o que dizia.É uma tática muito conhecida e colocada em prática nas redes sociais: quando se quer lançar alarme e confusão diz-se umas coisas sem provar e quem pensar o contrário ou questionar é antidemocrático. Ou faz parte da “situação”.O facto de ter dito o que disse sobre uma ligação entre as duas margens do Tejo por onde passam, em média, 300 mil pessoas entre trânsito rodoviário e ferroviário não o preocupou. Isso, ou como estava a jogar o Benfica e era já a noite ia longa Bruno Mascarenhas achou que ninguém o ouvia? Não sei a resposta, mas gostava de ouvir as explicações que levaram a essas afirmações. Ou, até, um pedido de desculpa pelas frases alarmistas. Mas, acho que nada disso vai acontecer... Editor-executivo do Diário de Notícias