"Não dependem de mim", diz Montenegro sobre contratos com o Estado de empresas que foram suas clientes
A CNN Portugal diz que duas das empresas clientes da Spinumviva que aparecem na informação submetida terça-feira à noite por Luís Montenegro no Portal da Transparência, a ITAU e a INETUS, terão conseguido contratos com o Estado de mais de 90 milhões de euros desde que o Governo assumiu funções. Questionado pelos jornalistas em São Bento sobre esta matéria, Luís Montenegro afirmou: "Não faço a menor ideia, esses serviços que foram prestados foram serviços muito limitados, foram de dois ou três milhares de euros, os contratos que essas empresas têm com o Estado não dependem de mim, nunca dependeram de mim", sublinhou.
Luís Montenegro disse que o prazo para submeter a informação que lhe foi pedida sobre os clientes da empresa Spinumviva no Portal da Transparência era terça-feira, véspera do debate entre o líder do PSD com Pedro Nuno Santos, que aconteceu esta quarta-feira à noite.
Segundo o semanário Expresso, Luís Montenegro submeteu a declaração de substituição no portal quase à meia-noite de terça-feira. "O prazo era aquele dia mesmo. E não fui eu que o fixei", disse o primeiro-ministro aos jornalistas, em São Bento, nas celebrações do 25 de Abril, que o Governo adiou para 1 de maio por causa da morte do papa Francisco.
"Foi a entidade que solicitou e eu cumpri essa solicitação apesar de ter até um entendimento diferente. Eu achava que não tinha que entregar aqueles elementos. Eu cumpro as minhas obrigações. Eu até não concordo que a lei obrigue à disponibilização daqueles elementos, nas condições em que foram pedidos. Mas não vou entrar agora nessa discussão", disse Montenegro.
Quanto ao facto de a informação ter vindo a público, garantiu: "Não tem a mínima intervenção da minha parte, por mim não era pública sequer".
O primeiro-ministro falou nos jardins de São Bento, nas celebrações do 25 de Abril que foram adiadas para 1 de maio, considerando que "até acaba por ser uma agregação feliz". Montenegro disse que o 25 de Abril e o 1º de Maio são dois eventos que "têm muita conexão".
"Quando expressamos do ponto de vista cívico a nossa liberdade, também olhamos para as escolhas que podemos fazer do ponto de vista do trabalho, da valorização do trabalho, da conjugação entre aquilo que é a nossa capacidade de esforço com melhores condições, melhores retribuições. E, portanto, o 25 de Abril abriu a nossa sociedade a esse espaço de liberdade, de afirmação, de qualificação, de igualdade de oportunidades e a valorização dos trabalhadores é também uma forte expressão desses princípios", acrescentou.