Montenegro e Pedro Nuno Santos confrontaram-se em temas cruciais com Spinumviva a aquecer debate
Num debate marcado por acusações e contra-acusações, os líderes do PS, Pedro Nuno Santos, e da AD, Luís Montenegro, discutiram temas centrais para as próximas eleições legislativas. O encontro, que ocorreu esta quarta-feira, abordou desde o apagão até questões económicas, com o caso Spinumviva a ser o momento mais "quente".
No caso do apagão de segunda-feira Pedro Nuno Santos voltou a criticar a gestão da crise pelo Governo. O líder socialista questionou a coordenação e a comunicação do executivo, enquanto Luís Montenegro defendeu a atuação do Executivo, destacando a rapidez na resolução do problema e minimizando as consequências mais graves.
Já na área económica, as divergências entre os dois líderes foram por demais evidentes. Pedro Nuno Santos acusou Luís Montenegro de ter "duas caras" nas suas políticas, enquanto a AD argumentou que o PS se foca apenas na distribuição de riqueza, sem promover a sua criação.
O problema da Saúde e a crise da Habitação
O Sistema Nacional de Saúde (SNS) foi outro tema central, com Luís Montenegro a admitir dificuldades em cumprir a meta de atribuir médico de família a todos os portugueses.
Pedro Nuno Santos, por sua vez, criticou o agravamento das listas de espera e o aumento das dificuldades de acesso aos serviços de saúde.
Quando o tema foram as políticas de habitação, ambos os líderes apresentarem propostas diferentes para resolver a crise -- concordando apenas num tópico: é necessário aumentar a oferta. Mas Pedro Nuno Santos defendeu a necessidade de aumentar a oferta pública, enquanto Luís Montenegro apostou em incentivos ao setor privado e medidas de apoio à compra para jovens.
Spinumviva e acusações de falta de idoneidade
O caso "Spinumviva" gerou um dos momentos mais tensos do debate, com trocas de acusações sobre a "autoridade moral" e "idoneidade" dos dois líderes.
As questões éticas e a gestão de interesses privados foram alvo de forte confronto entre Montenegro e Pedro Nuno Santos, com este último a acusar o atual primeiro-ministro de "não ter idoneidade" para o cargo.
Já Montenegro contra-atacou, dizendo que há questões da empresa de Pedro Nuno Santos que nunca foram esclarecidas. Mas fez questão de dizer que esse tipo de assuntos não são, na sua perspetiva, para trazer para a campanha política.
Governamentalidade e estabilidade
A capacidade de governar e garantir estabilidade política foi outro ponto de discórdia, com Pedro Nuno Santos a questionar a estabilidade que Luís Montenegro poderia oferecer, enquanto o líder da AD defendeu a sua capacidade de liderar o país com firmeza e responsabilidade.
Como é habitual, o debate encerrou com apelos ao voto.