Vice-presidente do parlamento francês demite-se após escândalo de assédio sexual

Denis Baupin foi acusado por quatro mulheres
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Um dos vice-presidentes do parlamento francês, Denis Baupin, demitiu-se hoje depois de ser alvo de acusações de assédio sexual, algumas referentes a casos com mais de 15 anos.

Denis Baupin, antigo membro do partido ecologista EELV (Europe Ecologie Les Verts), casado com a ministra da habitação, Emanuelle Cosse, contesta as acusações feitas por quatro mulheres do mesmo partido e vai processá-las por difamação, disse o seu advogado, citado pela agência France-Presse.

O presidente do parlamento francês, Claude Bartolone, intimou Denis Baupin a "demitir-se do cargo de vice-presidente do parlamento", anunciou a Assembleia Nacional em comunicado.

As quatro mulheres fizeram as acusações através dos meios de comunicação franceses.

Sandrine Rousseau, porta-voz do partido EELV, contou à "Mediapart" e à rádio "France Inter" que sofreu assédio sexual em outubro de 2011, durante um comício do partido; Isabelle Attard, vice-presidente do conselho de uma região do norte da França, saiu do partido EELV em dezembro de 2013 e diz ter sido vítima de "assédio quase diário com mensagens SMS provocadoras e salazes" do parlamentar e duas outras mulheres, Elen Debost e Annie Lahmer, dizem terem sido alvo de comportamentos desadequados, no caso de Lahmer aconteceram há mais de 15 anos.

Em França, a prescrição para delitos de agressão e o assédio sexual é de três anos. Os prazos são alongados se a vítima for menor no momento dos factos.

Denis Baupin saiu do partido ecologista em abril por achar haver "desacordos estratégicos". Emanuelle Cosse já se tinha retirado do cargo de secretária nacional do partido quando foi nomeada ministra da Habitação.

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