Atacante que se barricou em supermercado foi abatido pela polícia
Três pessoas morreram num ataque com tomada de reféns num supermercado em Trèbes, no departamento de Aude, no sul de França, segundo confirmou o ministério do Interior francês. O primeiro-ministro admitiu que o incidente está a ser encarado como terrorismo.
O Presidente francês Emmanuel Macron confirmou as três mortes, acrescentando que existem 16 feridos - pelo menos dois ficaram em estado grave. Disse ainda que o polícia que trocou de lugar com os reféns "luta contra a morte". "O nosso país sofreu um ataque terrorista islâmico", frisou ainda Macron.
Segundo informação da SIC Notícias, um dos feridos graves é um português de 27 anos. Um amigo da família disse à estação de televisão que o português ia de carro com um amigo comprar pão quando foi intercetado pelo assaltante, que o baleou e que lhe levou o carro, que depois usou no ataque.
Esta fonte disse que o português, há cerca de dois anos em França, foi atingido na cabeça.
Um homem armado, que alegou ter ligações ao Estado Islâmico, entrou no supermercado U de Trèbes cerca das 11:00 locais a gritar "Allah Akbar" e a dizer que iria matar toda a gente, segundo a comunicação social local. Dizia ainda que pretendia vingar "os irmãos da Síria". A LCI avança que o atirador exigiu a libertação de Salah Abdeslam, o principal suspeito pelo ataque de Paris em que morreram 130 pessoas. O homem, com 26 anos, era seguido por radicalização islâmica, indicou uma fonte próxima da situação à agência France Presse.
Antes desta situação, quatro elementos da Compagnies Républicaines de Sécurités à civil foram atacados quando faziam uma corrida matinal, junto ao quartel de Carcassonne, a cidade sede do departamento de Aude, a oito quilómetros de Trèbes. Um indivíduo de carro, que se supõe ser o atirador do supermercado, terá acelerado em direção ao grupo e disparado. Um deles terá ficado ferido no ombro. O primeiro-ministro já disse que não está em risco.
Após cerca de quatro horas barricado, o atacante foi abatido pelas autoridades, avançou a AFP, e a notícia foi entretanto confirmada por Gérard Collomb, ministro do Interior francês. O polícia que permanecia dentro do supermercado com o atirador foi baleado e está ferido. Gérard Collomb afirmou também que o homem, de nome Redouane Lakdim, agiu "sozinho".
O ataque no supermercado fez duas vítimas mortais, confirmou o ministério do Interior francês, citado pela imprensa local, mas foi encontrada uma terceira vítima, o condutor da viatura usada pelo atacante. Um passageiro que se encontrava também no carro está hospitalizado em estado grave. Será o português de 27 anos.
Do ataque resultaram ainda cinco feridos, um deles em estado muito grave (o polícia que se fez passar por refém), e dois em estado grave, com ferimentos de bala, segundo informou o governo francês.
O Le Figaro adianta, ao fim da tarde, que ao contrário do que foi anunciado em primeiro lugar não está apenas um agente ferido, mas sim dois.
Grupo Estado Islâmico reivindica ataques
O grupo extremista Estado Islâmico reivindicou os ataques de hoje no sul de França, que fizeram quatro mortos, incluindo o atacante, divulgou a agência de propaganda dos 'jihadistas', Amaq.
"O homem que lançou o ataque de Trèbes no sul de França é um soldado do Estado Islâmico, que agiu em resposta ao apelo" do grupo "para atacar países membros da coligação" internacional que combate os 'jihadistas', lê-se no comunicado.
Emmanuel Macron, presidente francês que está neste momento em Bruxelas, em compromissos europeus, afirmou que "tudo indica que seja um ataque terrorista". Mostrou ainda o seu "apoio àqueles que estiveram, ou ainda estão, próximas da situação". Garantiu ainda aos habitantes locais uma "mobilização total do Estado". Disse também que o alerta terrorista se mantém "alto" em França.
O presidente de Trèbes informou que vários reféns foram entretanto libertados e que o atirador ficou no interior do supermercado com um polícia.
Um porta-voz da empresa proprietária do supermercado, Thierry Desouches, disse à agência EFE que uma dezena de pessoas foram libertadas.
As autoridades informaram a empresa da libertação de cerca de dez reféns e que se mantêm dentro do supermercado apenas o sequestrador e um polícia.
O primeiro-ministro francês, Édouard Philippe, já considerou a situação muito grave. "Todas as informações levam a pensar que se trata de um ato terrorista", acrescentou, dizendo que a situação ainda decorre.
O Ministério do Interior francês confirmou a existência de um incidente e disse que a prioridade é a intervenção policial que está a decorrer, pedindo para que não sejam divulgados rumores. Entretanto, anunciou que vai a caminho do local.
Uma testemunha citada pela France Info diz que haverá entre 200 e 300 militares de Gendarmaria no local.
Mais de 240 pessoas morreram em ataques levados a cabo por simpatizantes do Estado Islâmico em França desde 2015.
(Em atualização)