Theresa May avisa a UE que "ameaça russa não respeita fronteiras"
À chegada à cimeira da União Europeia, em Bruxelas, a primeira-ministra britânica disse hoje que o envenenamento do ex-espião Serguei Skripal "enquadra-se num modelo de agressão russa à Europa"
A primeira-ministra britânica, Theresa May, frisou hoje que "a ameaça russa não respeita fronteiras", à chegada a uma cimeira da União Europeia, em Bruxelas, na qual vai pedir o apoio dos parceiros face à Rússia no caso Skripal.
"É claro que a ameaça russa não respeita fronteiras e o incidente de Salisbury enquadra-se num modelo de agressão russa à Europa e aos seus vizinhos, dos Balcãs Ocidentais ao Médio Oriente", disse May, referindo-se ao envenenamento do ex-espião russo Serguei Skripal com um gás neurotóxino naquela localidade de Inglaterra.
A primeira-ministra reafirmou o seu "compromisso incondicional" com a segurança europeia e evocou os aniversários, hoje, dos atentados de 22 de março de 2016 em Bruxelas e de 22 de março de 2017 em Westminster (Londres).
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May, cujo país deve abandonar a UE daqui a um ano, disse que pretende abordar com os parceiros europeus "as oportunidades e desafios mútuos" que enfrentam "como amigos e aliados próximos" depois do "temerário ataque" russo contra o Reino Unido.
O caso do ex-espião duplo de origem russa Serguei Skripal, de 66 anos, e da sua filha Yulia, de 33 anos, que, segundo Londres, foram envenenados com um agente neurotóxico cujo fabrico remonta à altura da União Soviética, é um dos temas em debate na cimeira de chefes de Estado e de Governo da União Europeia (UE), que começou hoje e termina na sexta-feira em Bruxelas.
Antes das declarações de Theresa May em Bruxelas, já tinha sido noticiada a vontade da primeira-ministra britânica de pedir aos homólogos que sigam o seu exemplo e expulsem diplomatas russos.
"A provocação da Rússia vai durar anos. Como uma democracia europeia, o Reino Unido vai estar de braço dado com a União Europeia e com a NATO para enfrentarmos estas ameaças em conjunto. Juntos podemos vencer", vai dizer hoje May na cimeira, segundo trechos do discurso enviado pelo seu gabinete às agências.
O governo britânico deseja que os 28 adotem uma "declaração forte", mas não espera que as medidas sejam tomadas hoje. "Este é um processo gradual, vai tomar o seu tempo, é um desafio a longo prazo", disse uma fonte governamental ao The Guardian.