Quem é Khalid Masood ou, simplesmente, Adrian?
Nascido e criado em Inglaterra, autor do atentado converteu-se tardiamente ao islão.
Com um carro e uma faca, Khalid Masood, 52 anos, ressuscitou o fantasma do terrorismo islâmico na Europa, com um raide junto ao parlamento mais antigo do mundo, matando quatro pessoas. Khalid, porém, não é um emigrante ou refugiado. É, sim, um cidadão britânico. Até agora são-lhe apontados dois nomes: Adrian Elms e Adrian Russell Ajao, casado, com filhos, convertido tardiamente ao islão.
Com várias condenações por crimes violentos, Khalid entrou na "rede de observação" do MI5, serviço secreto britânico para questões internas, mas os espiões terão apenas considerado que o cidadão era apenas uma "figura secundária" nos movimentos de violência extrema. Uma antiga vizinha sua, aliás, recordou o homem tranquilo, que vivia com a mulher e um filho.
Na teoria, o britânico Khalid Masood tinha um percurso muito semelhante a outros indivíduos que, nos últimos anos, foram responsáveis por atos terroristas na Europa, como hoje o DN conta. Tinha um passado criminoso, esteve preso e acabou por se radicalizar (alguns fazem-no na prisão). Mas há um pormenor no seu perfil que vai contra o que até agora parecia comum: a idade. O autor do ataque de Westminster, que matou quatro pessoas na quarta-feira, tinha 52 anos. Em atentados passados, os responsáveis foram sempre mais jovens. Nos ataques de Londres de 7 de julho de 2005, por exemplo, o suicida mais velho tinha 30 anos (o mais novo 18), e o autor do ataque de Nice, em julho, tinha 31 anos.
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"O elemento surpreendente é a idade do atacante de Londres. Ele tinha 52 anos, o dobro da média", escreveu no Twitter o jornalista do The Guardian Jason Burke, autor de vários livros sobre redes terroristas islamitas, sublinhando que a idade dos autores dos atentados tem vindo a baixar nos últimos anos (a maioria tem entre 18 e 35 anos). "Alguns analistas veem a sua atração ao radicalismo como parte de uma rebelião geracional", acrescentou, lembrando que o facto de Masood ser mais velho apenas confirma a "imprevisibilidade da ameaça"