Putin escreve carta a Trump para dizer que está aberto ao diálogo

Presidente russo endereçou carta ao homólogo norte-americano a informar que está pronto para conversações sobre uma agenda extensa. Ao sírio Bashar al-Assad prometeu continuar a apoiá-lo na sua luta.

Vladimir Putin disse a Donald Trump numa carta de Ano Novo no domingo que Moscovo estava pronta para o diálogo sobre uma "ampla agenda", disse o Kremlin após uma série de tentativas fracassadas de realizar uma nova cimeira.

"Vladimir Putin sublinhou que as relações (Rússia-EUA) são o fator mais importante para proporcionar estabilidade estratégica e segurança internacional", disse uma declaração do Kremlin. "Confirmou que a Rússia está aberta ao diálogo com os EUA na agenda mais ampla."

Os dois líderes realizaram a sua primeira e única cimeira em Helsínquia, em julho, a sós.

No final de novembro, Trump cancelou uma reunião planeada com Putin à margem de uma cimeira do G20 na Argentina, devido a novas tensões causadas pelo apresamento de três navios da marinha ucraniana por parte da Rússia ao largo da Crimeia.

Trump e Putin também não conseguiram realizar uma reunião em Paris, à margem da comemoração do centenário do Armistício.

Moscovo disse que uma das principais questões que queria discutir com os Estados Unidos são os planos de Washington de se retirar de um pacto de armas nucleares da era da Guerra Fria.

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Sergei Lavrov, foi citado como tendo dito que agora cabia aos Estados Unidos realizar uma nova reunião em 2019. "A questão deve ser endereçada a Washington. Tanto o nosso presidente como os nossos representantes disseram que estamos prontos para as conversações quando Washington estiver pronto", disse Lavrov em comentários à agência TASS.

Ajuda a Assad é para manter

Noutra carta, esta dirigida ao presidente sírio Bashar al-Assad, Putin prometeu a continuação da ajuda ao governo e ao povo sírio na "luta contra o terrorismo, em defesa da soberania estatal e da integridade territorial".

Putin também enviou saudações de Ano Novo a outros líderes mundiais, incluindo os primeiros-ministros Theresa May (Reino Unido) e Shinzo Abe (Japão), bem como ao presidente chinês, Xi Jinping.

Ao povo britânico, Putin desejou "bem-estar e prosperidade", disse o Kremlin. A embaixada da Rússia em Londres disse na sexta-feira que Moscovo e Londres tinham concordado em devolver algum pessoal às suas respetivas embaixadas depois de terem expulsado dezenas de diplomatas no início deste ano.

O Reino Unido expulsou 23 diplomatas russos após acusar o Kremlin de ser responsável pelo ataque da toxina novichok contra o ex-agente duplo Sergei Skripal e a sua filha em Salisbury. A Rússia, que nega qualquer envolvimento no envenenamento, retaliou na mesma proporção.

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