O responsável da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a covid-19 na Europa, David Nabarro, pediu aos governos para que não utilizem o confinamento como principal método para controlar a disseminação do coronavírus.."Os confinamentos têm apenas uma consequência que nunca deve ser subestimada: tornar os pobres muito mais pobres", afirmou em entrevista ao The Spectator.."Nós, da OMS, não defendemos os confinamentos como principal meio do controlo do vírus", acrescentou..YouTubeyoutubex8oH7cBxgwE.David Nabarro defendeu um meio-termo, que significa manter a economia e a vida social enquanto se controla o vírus, o que exige um "alto nível de organização por parte dos governos e uma notável adesão por parte das pessoas", enfatizando a combinação de várias medidas como "distanciamento físico, proteção facial, higiene, isolamento de doentes e proteção de pessoas vulneráveis" como um método eficaz.."A única vez em que acreditamos que um confinamento se justifica é para ganhar tempo para reorganizar, reagrupar, reequilibrar recursos e proteger os profissionais de saúde que estão exaustos, mas, em termos gerais, preferimos não o fazer", frisou.."Basta olhar para o que aconteceu com a indústria de turismo no Caribe, por exemplo, ou no Pacífico, porque as pessoas não estão a tirar férias", acrescentou. "Veja o que está a acontecer com os pequenos agricultores em todo o mundo. Veja o que está a acontecer com os níveis de pobreza. Parece que podemos muito bem ter uma duplicação da pobreza mundial no próximo ano. Podemos muito bem ter pelo menos o dobro da desnutrição infantil", insistiu..Esta mudança de posição por parte da entidade ocorre dias depois de vários especialistas em saúde de todo o mundo terem criado a Grande Declaração de Barrington, que pedia o fim dos confinamentos pelos "danos irreparáveis" que estavam a causar. Esta declaração, assinada por cientistas e epidemiologistas, insta os legisladores a adotar uma abordagem chamada Proteção Focada, que defende a promoção da imunidade coletiva e, simultaneamente, medidas para proteger os grupos vulneráveis.