Quase 147 mil mortes nos EUA. 150 especialistas pedem a Trump para fechar o país

Perante a escalada no número de mortos, uma carta assinada por 150 especialistas pede a Trump um confinamento geral no país. EUA já ultrapassaram os 146 mil mortos.

Os EUA registaram mais de mil mortos por dia devido à covid-19 durante quatro dias seguidos na semana passada. Isso elevou o número total de mortos nos Estados Unidos pelo vírus para mais de 146 mil até domingo, segundo os dados da Universidade Johns Hopkins.

Os investigadores preveem que até 15 de agosto haverá até 175 mil mortes ligadas ao vírus no país, de acordo com uma previsão publicada pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA.

Com os hospitais sobrecarregados e longos atrasos nos testes, alguns líderes locais - incluindo os presidentes da câmara de Houston, Sylvester Turner, e de Los Angeles, Eric Garcetti - consideram que poderá ser necessária uma segunda ordem de confinamento. Um medida drástica deste género é também defendida por mais de 150 médicos, cientistas, professores, enfermeiros e outros especialistas que assinaram uma carta a pedir aos líderes para "fechar" o país de modo a conter a disseminação do vírus.

"Neste momento, estamos a caminho de perder mais de 200 mil vidas nos EUA até 1 de novembro. No entanto, em muitos estados as pessoas podem beber em bares, cortar o cabelo, comer dentro de um restaurante, fazer uma tatuagem, fazer uma massagem e fazer inúmeras outras atividades normais, agradáveis, mas não essenciais ", lê-se na carta enviada ao governo Trump, aos membros do Congresso e aos governadores dos estados.

Neste domingo, os Estados Unidos registaram 518 mortos e 55.187 infestados com o novo coronavírus, segundo uma contagem independente da Universidade Johns Hopkins.

Os dados de domingo elevam o número total de mortes para 146.909 e o de contágios para 4.229.624 desde o início da pandemia, de acordo com o balanço realizado às 20:00 de domingo (01:00 de hoje em Lisboa) pela agência de notícias Efe, com base na informação daquela universidade norte-americana.

O estado da Florida, com mais de 414 mil casos, ultrapassou o de Nova Iorque e é agora o segundo com o maior número de contágios, atrás da Califórnia, de acordo com dados das autoridades estaduais e federais.

A crescente preocupação dentro do Governo ficou evidente com a alteração radical no discurso do Presidente, Donald Trump, que até recentemente mantinha um certo ceticismo sobre a gravidade e magnitude da situação pandémica no país.

"Provavelmente, infelizmente, [a pandemia] piorará antes de melhorar. É algo que eu não gosto de dizer, mas é assim que as coisas são", disse o Presidente na terça-feira.

O saldo provisório de mortes já excedeu em muito as mais baixas estimativas da Casa Branca.

Trump estava confiante de que o número final seria entre 50 mil e 60 mil mortes, embora mais tarde tenha subido a estimativa para 110 óbitos, um número que também foi excedido.

Já o Instituto de Métricas e Avaliações de Saúde da Universidade de Washington, em cujos modelos de previsão da evolução da pandemia têm servido de base para os cálculos feitos a partir da Casa Branca, indica atualmente que os Estados Unidos chegarão em outubro com cerca de 200 mil mortos e no período das eleições presidenciais de 03 de novembro os 220 mil.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 645 mil mortos e infetou mais de 16 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência de notícias France-Presse (AFP).

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