Macron muda governo à procura de um segundo fôlego
A remodelação do governo francês foi anunciada na terça-feira, duas semanas depois da demissão do ministro do Interior, Gérard Collomb, em 2 de outubro. É uma demora sem precedentes na república francesa.
É "uma equipa renovada, dinâmica, dotada de um segundo fôlego", comunicou o Eliseu, cujo mandato político continua o mesmo" e vai apostar "na continuidade da política liderada pelo governo e no calendário de reformas para os próximos meses", informou a presidência.
Para o lugar de Collomb entrou Christophe Castaner, de 52 anos. Um homem próximo do presidente Emmanuel Macron, e que vai deixar a liderança do República em Marcha. A coadjuvá-lo na secretaria de Estado, um perito na área, o até agora diretor da Direção-Geral da Segurança Interna, Laurent Nuñez.
Saíram ainda do governo de Edouard Philippe Jacques Mézard (Coesão Territorial), Françoise Nyssen (Cultura), Stéphane Travert (Agricultura) e Dephine Gény-Stephann (secretária de Estado da Economia e Finanças).
Entraram os ministros Franck Riester (Cultura), Didier Guillaume (Agricultura), Marc Fesneau (Assuntos Parlamentares), e os secretários Emmanuelle Wargon (Transição Ecológica), Christelle Dubos (Solidariedade e Saúde), Agnès Pannier-Runacher (Economia e Finanças) e Gabriel Attal (Educação e Juventude).
O governo inclui, além do primeiro-ministro Edouard Philippe, 34 membros, dos quais 17 mulheres, de acordo com o princípio da paridade. Vão reunir-se pela primeira vez na quarta-feira em Conselho de Ministros, após a tomada de posse.
A última mudança no governo deu-se no início de setembro. Aos pedidos de demissão de Nicolas Hulot (Transição Ecológica) e de Laura Flessel, Macron nomeou François de Rugy, que desempenhava as funções de presidente da Assembleia Nacional, e Roxana Maracineanu, antiga nadadora.
Emmanuel Macron pretende dar um novo impulso ao executivo após meses de queda nas sondagens. A sua popularidade foi bastante afetada pelo caso Benalla e pela saída de Nicolas Hulot.
À AFP o comentador Philippe Moreau-Chevrolet disse que Emmanuel Macron quis "construir de maneira sustentável um governo de coligação ao estilo alemão, uma forma de coabitação", tendo em conta os equilíbrios entre esquerda e direita presente no executivo.