Líderes preparam cimeira contra o extremismo online

Primeira-ministra da Nova Zelândia e o presidente de França, Jacinda Arden e Emmanuel Macron, querem um acordo global sobre a eliminação do terrorismo e do extremismo online numa cimeira a organizar, em Paris, a 15 de maio

Líderes de dois países que já foram alvo de violentos e sangrentos atentados terroristas, Jacinda Arden e Emmanuel Macron pretendem organizar em Paris, a 15 de maio, uma cimeira global destinada a pôr um ponto final no terrorismo online, noticia a Bloomberg.

A primeira-ministra da Nova Zelândia e o presidente de França querem juntar líderes globais e CEOs de empresas de tecnologia para conseguir travar a promoção do extremismo e da violência através das redes sociais e da internet.

O objetivo da cimeira é chegar a um acordo global, intitulado "O Chamamento de Christchurch", numa referência aos ataques terroristas levados a cabo por um supremacista branco em duas mesquitas islâmicas daquela cidade neozelandesa a 15 de março. O terrorista australiano matou meia centena de pessoas, deixou feridas mais duas dezenas e ainda conseguiu transmitir o ataque em live streaming pela internet. As imagens, que não foram imediatamente banidas, chegaram a ser amplamente partilhadas, incluindo por alguns sites de alguns órgãos de comunicação social.

"Os ataques mostraram como as redes sociais podem ser usadas como uma ferramenta para promover o terrorismo e o ódio de uma forma sem precedentes. O que pedimos é que, numa prova de liderança mundial, possamos garantir que as redes sociais não voltem a ser usadas da forma que foram utilizadas nos ataques terroristas de 15 de março", declarou a primeira-ministra neozelandesa, citada por aquela agência noticiosa.

Arden, de 38 anos, tem liderado os apelos ao Facebook de Mark Zuckerberg no sentido de esta e outras plataformas pararem de albergar propaganda extremista. "É fundamental que plataformas tecnológicas como o Facebook não sejam usadas como ferramenta dos terroristas, tornando-se, em vez disso, parte de uma solução global para travar o extremismo. Nenhuma empresa, tal como nenhum governo, deseja ver o extremismo violento e o terrorismo online. Então temos um ponto de partida comum que é a unidade", declarou a líder neozelandesa, do Partido Trabalhista, que diz estar em contacto com Zuckerberg.

"Precisamos de agir e isso inclui mais responsabilidade por parte dos detentores das redes sociais. É preciso agir para que estes conteúdos violentos não possam continuar a ser partilhados", declarou a chefe do governo, que após os atentados de imediato se solidarizou com as vítimas muçulmanas a condenou veementemente o terrorista de extrema-direita.

Tal como a Nova Zelândia, também a França sofreu com o terrorismo, tendo sido vítima de vários atentados levados a cabo por extremistas islâmicos nos últimos anos. Desde 2015, pelo menos 130 pessoas morreram em ataques terroristas em França, em vários pontos do país.

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