Coletes amarelos: mais polícias que manifestantes em Paris
O "acto 5" dos protestos dos coletes amarelos em França - correspondente ao quinto sábado consecutivo de manifestações - está até agora a registar uma adesão muito aquém das anteriores concentrações. Por volta das 11.00 em França (menos uma hora em Portugal), as estimativas da Perfeitura de Paris apontavam para cerca de um milhar de manifestantes nas ruas, o que equivale a dizer que o número de polícias destacados para manter a ordem na capital francesa era cerca de seis vezes superior ao dos participantes no protesto. De acordo com fontes policiais citadas pela agência EFE, foram detidas sete pessoas por precaução antes do início dos protestos.
Há uma semana, recorde-se, logo pela madrugada tinham sido detidas 278 pessoas, suspeitas de pertencerem a grupos violentos, sendo que as manifestações mobilizaram 278 mil pessoas a nível nacional e mais de dez mil na capital francesa.
Pelas redes sociais chegou a correr o rumor de que tinha sido montado um "bloqueio" nos acessos rodoviários a Paris e que milhares de coletes amarelos estavam a ser impedidos de entrar na cidade. No entanto, de acordo com a imprensa francesa, não existe qualquer indicação de que essas afirmações correspondam à verdade.
A mobilização a "meio gás" tem sido também referida nas várias outras cidades com protestos agendados para o dia de hoje, onde o que se tem feito mais notar é mesmo a forte mobilização policial. Por todo o país estão hoje nas ruas cerca de 69 mil membros das forças de segurança encarregues de manterem a ordem. Em Estrasburgo, quatro dias após o atentado no mercado de Natal que custou a vida a quatro pessoas, e apesar de o atirador em causa já ter sido neutralizado, registavam-se nesta manhã apenas cerca de 50 coletes amarelos os quais, de resto, fizeram questão de prestar uma homenagem às vítimas. os níveis de alerta na cidade mantêm-se elevados e a polícia fez rigorosas revistas aos participantes no protesto.
Já em Lyon, cerca de duas centenas de pessoas concentraram-se em frente ao antigo Palácio da Justiça, exigindo a demissão do Presidente francês.
Ainda que seja cedo para fazer balanços, a intervenção do passado dia 10 do Presidente Emmanuel Macron, em que este anunciou um pacote de medidas destinadas a devolver "poder de compra" aos franceses, nomeadamente o aumento do salário mínimo, parece começar a produzir efeitos. De acordo com sondagens citadas pelo Le Monde , 54% dos franceses ainda consideram que o protesto dos coletes amarelos "deve continuar" mas esse número baixou dos 66% que pensavam o mesmo no final de novembro.
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