Harbin, cidade chinesa com 10 milhões de habitantes, é o novo foco de covid-19
Uma cidade chinesa com 10 milhões de pessoas é agora considerada o novo foco de contágio da covid-19 no país. Harbin, capital da província de Heilongjiang, proibiu a entrada em zonas residenciais por não-moradores e veículos registados em outras zonas.
A cidade, que tem ligações aéreas com a Rússia, registou sete novos casos confirmados na terça-feira, aumentando o número de infeções locais para 52.
Três outras pessoas que chegaram da Rússia estão infetadas e cerca de 1.400 pessoas estão em vigilância pelas autoridades de saúde.
Na terça-feira, Heilongjiang registou 537 casos locais confirmados, incluindo 470 que tinham recebido alta de um hospital.
Além de Harbin, a cidade de Mudanjiang tem dois casos confirmados.
"As medidas de prevenção ficaram mais rigorosas recentemente, e as pessoas de Mudanjiang ou Harbin não poderão entrar na nossa cidade", disse um funcionário público de sobrenome Zhang, que vive na cidade de Mishan, no extremo leste de Heilongjiang.
"Todos os casos confirmados, casos suspeitos, contactos próximos de pessoas assintomáticas e contactos próximos de contactos próximos devem ser colocados em quarentena e testados", disseram os media do governo.
Harbin obriga a quem chega à província a uma quarentena de 28 dias e à realização de dois testes de ácido nucleico e um teste de anticorpos (para detetar imunidade).
Também estabeleceu isolamento obrigatório de 14 dias para habitações onde estejam casos confirmados e assintomáticos.
A China já tinha imposto o isolamento obrigatório para quem chegasse do exterior ou das principais zonas de contágio, mas endureceu ainda mais as medidas de controlo da infeção numa altura em que os casos aumentam. Um só infetado terá transmitido a doença a mais de 70 pessoas.
Segundo a Reuters, Chen, um homem de 87 anos infetado com covid-19 e que esteve internado em dois hospitais de Harbin, contagiou 78 pessoas, com 55 casos já confirmados e 23 com resultado positivo para a doença mas ainda sem apresentarem sintomas.
Os infetados são sobretudo familiares de Chen, doentes que estiveram internados na mesma ala do hospital e familiares destes, e ainda médicos e enfermeiros que estiveram em contacto direto ou indireto com o idoso.
Dos sete novos casos confirmados em Heilongjiang, na terça-feira, quatro eram doentes que tinham estado na mesma ala de Chen, enquanto três eram profissionais de saúde.
A China continental registou 30 novos casos confirmados na terça-feira, 23 deles importados.
O epicentro do surto aconteceu em janeiro na cidade de Wuhan, uma cidade com 11 milhões de habitantes, capital da província de Hubei, e onde os últimos doze pacientes receberam alta no domingo.
A cidade, que esteve isolada entre 23 de janeiro e 8 de abril, foi o epicentro do surto antes de este se tornar global, somando, no conjunto 3.869 mortos - mais de 80% das vítimas mortais em toda a China -, segundo os dados oficiais.
O acontecimento foi reportado pela imprensa local como um "dia histórico",.