Estudo diz que mulheres terão melhor resposta imunológica à covid-19

Estudo baseado em 17 homens e 22 mulheres que não estiveram em cuidados intensivos.

A resposta imunológica das mulheres contra a covid-19 poderá ser maior do que a dos homens, segundo um estudo publicado nesta quarta-feira, embora a sua base estatística seja muito pequena.

"O que descobrimos é que os homens e as mulheres desenvolvem diferentes tipos de resposta imunológica para a covid-19", afirma o principal autor do estudo, o professor Akiko Iwasaki, num vídeo divulgado pela Universidade de Yale, Estados Unidos.

Segundo este especialista em imunidade, "essas diferenças podem implicar uma maior suscetibilidade dos homens à doença".

Publicado na revista científica Nature, o estudo lembra que "os homens representam 60% das mortes por covid-19 no mundo".

Segundo a investigação, a ação dos linfócitos T (que matam as células infetadas e são responsáveis por uma das partes da resposta imunológica) era mais forte nas mulheres do que nos homens, entre os pacientes analisados.

E, ao contrário dos homens, as mulheres puderam desenvolver uma resposta significativa dos linfócitos T, inclusive em idades avançadas.

No início da infeção os homens produziram globalmente mais citocinas do que as mulheres. É justamente a produção excessiva e descontrolada dessas substâncias, provocada por uma reação do sistema imunológico, que pode gerar variações graves da covid-19. Esse fenómeno é conhecido como "tempestade de citocinas".

Os autores do estudo observaram que, nos homens, a pior resposta de linfócitos T era um fator agravante da doença. E quanto mais velhos eram, mais baixa era a resposta.

Por outro lado, as mulheres que tinham um alto nível de citocina no início da infeção foram as que alcançaram um nível mais grave da doença.

De acordo com os investigadores, esses resultados podem levar a diferentes tratamentos de acordo com o sexo do paciente.

O estudo, no entanto, apresenta várias limitações. Foi baseado num número baixo de pacientes: 17 homens e 22 mulheres que não estiveram em cuidados intensivos nem receberam medicamentos no sistema imunológico (havia outros 59 pacientes que não respondiam a esses critérios, para ter um resultado mais amplo). Além disso, a idade média dos pacientes era alta (em torno dos 60 anos).

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