Espanha supera as 10 mil mortes, com mais 950 nas últimas 24 horas
Espanha teve mais 950 mortes nas últimas 24 horas - o maior número num dia até agora -, o que leva o total de vítimas mortais por covid-19 a ser agora 10003, de acordo com as autoridades de saúde espanholas. As 950 mortes num único dia é o valor máximo registado no mundo batendo um verificado na Itália com 911 mortes em 24 horas.
Os casos de infeção pelo novo coronavírus no país atingem 110238 no total, com mais 8102 novos casos a serem registados desde ontem. Significa que houve um aumento de novos casos - no dia anterior tinham sido contabilizados 7719.
Pelo terceiro dia consecutivo, o máximo de número de mortes por dia é batido. A taxa de letalidade é de 9,07%.
Há 6092 pessoas internadas em unidades de cuidados intensivos, mais 220 do que na quarta-feira, e o número de doentes recuperados é agora de 26743 - mais 4096 foram assim dados esta quinta-feira dadas como recuperados.
Com os dados de hoje verifica-se que Espanha estará a atingir o pico. O número de novas infeções aumentou 7,9%, comparado com 8,2% na quarta-feira e mais de 25% no início da semana passada. O aumento diário de mortes também diminuiu para 10,5% esta quinta-feira, praticamente inalterado dos 10,6% de quarta-feira e abaixo dos 27% da semana passada.
"Os dados mostram que a curva estabilizou" e a epidemia entra numa fase de "desaceleração", disse o ministro da Saúde, Salvador Illa. As autoridades alertaram que, mesmo que a epidemia esteja a chegar ao pico, a pressão sobre o sistema de cuidados intensivos tem um atraso de uma semana ou mais, com os hospitais provavelmente a atingirem o ponto de crise até ao final desta semana ou no início da próxima.
Madrid continua a ser a região mais atingida, com 4.175 mortes e mais de 32.000 casos.
Além do problema sanitário com milhares de mortes, há outro problema grave. O número de desempregados inscritos nos serviços públicos de emprego espanhóis aumentou em 302.265 pessoas em março, alcançando um total de 3,54 milhões, o maior aumento da história de Espanha, explicado pelo impacto da covid-19.
Até aqui, o mês mais negro da história tinha sido registado em janeiro de 2009 em que houve um aumento de 198.838 de desempregados.
Por outro lado, segundo os dados divulgados hoje pelo Ministério do Trabalho, Migrações e Segurança Social de Espanha, 833.979 pessoas deixaram de descontar para a Segurança Social, o que também significa a maior descida mensal do número de inscritos, que no final de março eram 18,4 milhões de pessoas.
A média mensal (que normalmente é fornecida) do mês passado indica uma diminuição de 243.469 inscritos, um número, explica o Ministério do Trabalho, que não reflete rigorosamente o que aconteceu em março como um todo, uma vez que o impacto da pandemia de coronavírus começou a ser percetível a partir de 12 de março.
Por setores, a agricultura teve 6.520 novos desempregados, 25.194 são na indústria, enquanto na construção aumentou 59.551. O maior aumento foi no setor de serviços, com 206.016 mais de desempregados.
Por região, o desemprego registado aumenta nas 17 comunidades autonómicas, com Andaluzia (138.569), Comunidade Valenciana (35.565) e Catalunha (21.833), à frente do aumento do número de pessoas desempregadas inscritas nos serviços de emprego.
Entre outras medidas, o Governo espanhol aprovou na terça-feira a concessão de um subsídio extraordinário de desemprego de 440 euros por mês aos trabalhadores temporários cujo contrato tenha terminado durante o "estado de emergência" e não tenham direito a outros apoios.
O subsídio de desemprego excecional vai proteger os trabalhadores cujo contrato temporário tenha terminado após a declaração do "estado de emergência" e não tenham direito a outras ajudas ao desemprego, renda mínima, subsídio de inclusão, salário social ou auxílio similar concedido por qualquer administração pública.
A Espanha é um dos países mais afetados pelo novo coronavírus, tendo decretado o "estado de emergência" em 14 de março com medidas muito rígidas de movimentação da população que agora está confinada a casa, salvo os que asseguram os serviços essenciais.
É o segundo país com maior número de mortes, só superada pela Itália, enquanto os Estados Unidos são o que contabiliza mais infetados (203.608).
O continente europeu, com mais de 490 mil infetados e cerca de 33.000 mortos, é aquele onde se regista o maior número de casos, e a Itália é o país do mundo com mais vítimas mortais, com 13.155 óbitos em 110.574 mil casos confirmados até terça-feira.