Empresária quer marcar com fita vermelha quem está em quarentena. Museu do Holocausto critica ideia

Cristiane Oppitz, empresária bolsonarista, defendeu que quem prefira o isolamento social deva usar "fita vermelha" e não ter acesso a farmácias ou supermercados deixando medicamentos e alimentação para quem quer fazer "a economia girar".

O Museu do Holocausto de Curitiba divulgou nota nas redes sociais a repudiar declarações de uma empresária daquela cidade do sul do Brasil. Segundo Cristiane Deyse Oppitz, quem defende o isolamento social e se recusa a fazer a economia girar, deve usar "fita vermelha" e ficar sem acesso a farmácias ou supermercados. O museu fala em "analogias implícitas" com o nazismo.

"O Museu, como instituição preocupada com a construção de uma memória justa e contemporânea do genocídio, tem convicção de que não é necessário que haja uma citação explícita sobre este período nefasto para que nos posicionemos. A ideologia nazi, lamentavelmente, pode sobreviver mesmo sem seus símbolos tradicionais, mas por meio de analogias implícitas", afirma a nota divulgada nas redes sociais.

As declarações de Oppitz, partilhadas em vídeo caseiro gravado pela própria, causaram grande comoção nas redes sociais. Segundo ela, as pessoas "que não querem trabalhar" durante a pandemia do covid-19 deveriam ser marcadas, o que lembrou ação de Adolf Hitler na Alemanha nazi a determinar que judeus utilizassem a Estrela de David como identificação.

No vídeo, ela diz que as pessoas deixariam de ser assistidas de todas as maneiras, seja pelo porteiro do prédio ou por médicos em hospitais, e deixariam a comida produzida para quem está trabalhando.

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