Espiões dos serviços secretos franceses podem ser acusados de traição

Os dois agentes estariam ao serviço da República Popular da China
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A ministra da Defesa francesa, Florence Parly, disse hoje que os dois ex-agentes dos serviços secretos franceses acusados de traição ao serviço de uma potência estrangeira "estavam a operar" na altura em que foram detidos, em 2017.

"Eles são acusados de atos que podem ser qualificados como traição por terem fornecido informações a uma potência estrangeira", disse hoje a ministra em entrevista à estação de televisão CNews.

Os dois ex-agentes da Direção Geral da Segurança Externa (DGSE) suspeitos de terem fornecido informações a uma potência estrangeira foram presentes a um juiz na quinta-feira.

Uma nota do Ministério da Defesa divulgada na quinta-feira à noite refere parcialmente as informações avançadas pelo canal TMC e pelo diário Le Monde que noticiaram o caso referindo que os dois agentes estavam ao serviço da República Popular da China.

Segundo o jornal Le Monde, pelo menos um dos agentes, encontrava-se em Pequim na altura em que foi emitida a ordem de detenção, no passado mês de dezembro.

O jornal refere ainda que os dois cidadãos franceses informaram os serviços secretos de Pequim sobre os procedimentos e a forma de trabalhar da DGSE.

Na entrevista, a ministra da Defesa não revelou o país ao serviço do qual os dois franceses supostamente forneciam informações secretas.

"Não posso dizer muito mais", disse Florence Parly que também não especificou o teor das informações que foram alegadamente transmitidas e que segundo a imprensa se trata de um caso de "agentes duplos".

"É a Justiça que está encarregada" acrescentou a ministra sublinhando que as "informações são suscetíveis de terem posto em causa a segurança do Estado" francês.

Segundo a ministra foi a DGSE que "descobriu" o caso.

A mulher de um dos detidos está também a ser investigada, apesar de não estar detida.

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