Desconfinamento em Espanha: a várias velocidades até final de junho
O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, apresentou o plano de desconfinamento que será diferente de província para província e implica quatro fases distintas, com uma avaliação a cada 15 dias.
O processo de desconfinamento em Espanha será feito gradualmente e a diferentes velocidades nas várias províncias de Espanha, devendo estar concluído apenas no final de junho, anunciou esta terça-feira o primeiro-ministro Pedro Sánchez. As deslocações entre províncias não serão permitidas.
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"No final de junho, estaríamos como um país nessa nova normalidade, se a evolução da epidemia for controlada em todos os territórios", disse Sánchez, que explicou que o processo durará entre seis e oito semanas em que a saída das pessoas de casa, a abertura de lojas e hotéis e as atividades de lazer serão flexibilizadas.
O Governo espanhol definiu que o roteiro para o desmantelamento das medidas de confinamento vai ser "gradual, assimétrica, coordenada e adaptável". Espanha já registou 23 822 mortes por coronavírus.
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O plano para o desconfinamento começa a ser aplicado a 11 de maio, a partir de quando será permitira a abertura nas províncias onde o coronavírus está mais controlado.
A cada 15 dias é feita uma avaliação da situação (com base em distintos marcadores de saúde) e vão-se somando novas províncias a cada uma das quatro fases do plano de Sánchez, que é "flexível e adaptável".
A fase 0 será já este sábado, 2 de maio, com a autorização das saídas de casa para fazer desporto de forma individual ou passear com as pessoas com quem vive. Será possível ainda reabrir alguns restaurantes para entregas.
Na fase 1 já se poderá reabrir o pequeno comércio, com horários para as pessoas com mais de 65 anos, e as esplanadas com lotação de 30%. Hotéis e alojamentos turísticos podem reabrir, mas não as partes comuns. Recomenda-se o uso de máscara nos transportes públicos. Lugares de culto também podem reabrir, mas com limite de 30% de capacidade.
Na fase 2 já se podem reabrir os restaurantes para serviço no local, sendo que há escolas que podem reabrir para casos específicos (para a maioria dos alunos o regresso às aulas será só em setembro). Cinemas e teatros reabrem com limitação de espaços.
Na fase 3 já se levantam as restrições de mobilidade.
"O desconfinamento tem que ser assimétrico. A pandemia atingiu de forma desigual o nosso país e as defesas sanitárias das nossas zonas não se encontram no mesmo estado", disse Sánchez, explicando que se viu na cara das crianças o alívio de voltar a sair à rua no passado fim de semana. "O nosso alívio de hoje foi conquistado com muito sacrifício dos funcionários de saúde, dos polícias. Não os vamos pôr em risco."
Sánchez vai pedir a prorrogação do estado de alarme por mais 15 dias em Espanha.
O chefe do executivo espanhol advertiu que o processo de transição que agora se inicia é o momento "mais perigoso e difícil" e que aquilo que se conseguiu na luta contra o novo coronavírus não deve ser posto em risco devido à "impaciência".
"Se temos de escolher entre prudência e risco, escolhamos a prudência", disse Sánchez, que sublinhou que o comportamento individual é a chave para travar a pandemia e voltar ao normal: "Esse é sem dúvida o melhor patriotismo."
Pedro Sánchez explicou que já não é suficiente ficar fechado em casa, mas que a partir de agora é preciso respeitar "a todo o momento" as regras do distanciamento social, recuperando ao mesmo tempo "polegada a polegada" os espaços de mobilidade.