Coreias debatem ligação entre redes ferroviárias

Medida pode facilitar a comunicação direta entre as duas penínsulas
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As duas Coreias debateram esta terça-feira a ligação das vias-férreas na fronteira comum, uma ligação física que poderá transformar as relações na península dividida.

As conversações, as primeiras sobre o tema em dez anos, decorreram na aldeia fronteiriça de Panmunjom, onde foi assinada a trégua da Guerra da Coreia (1950-53), na zona desmilitarizada (DMZ).

Uma via de caminho-de-ferro une já Seul a Pyongyang e depois Sinuiju, na fronteira com a China. Foi construída pelo Japão no início do século XX, bem antes da Guerra da Coreia e da divisão da península.

Voltar a ligar as duas redes e modernizar as ferrovias norte-coreanas daria à Coreia do Sul, extremamente dependente das exportações, uma via terrestre para os mercados chinês, russo e europeu.

Esta possibilidade significaria também uma profunda alteração para a península, onde não existe qualquer comunicação direta, nem por via postal, entre civis desde a divisão estabelecida no armistício de 1953.

Apesar da abertura em curso, na sequência das cimeiras entre o líder norte-coreano, Kim Jong-un, e os Presidentes da Coreia do Sul, Moon Jae-in, e dos Estados Unidos, Donald Trump, Pyongyang continua sujeita a sanções da ONU devido aos programas de mísseis e nuclear.

Qualquer medida prática só será possível se as sanções forem levantadas, reconheceu o chefe da delegação sul-coreana Kim Jeong-ryeol, antes do início do encontro.

"Mas vamos analisar e estudar vários projetos a aplicar assim que as sanções forem levantadas", afirmou.

Num anterior período de aproximação, o Sul tinha construído uma estação ferroviária nova em Dorasan, no oeste da península e a sul da DMZ, para servir comboios inexistentes com destino a Pyongyang.

Na parte oriental da península, o caminho-de-ferro podia ligar a cidade portuária sul-coreana de Busan à Europa, através do Norte e da Rússia.

Na primeira cimeira de abril, Kim e Moon concordaram "adotar de medidas práticas" em relação às ligações ferroviárias, com o Presidente sul-coreano a referir a possibilidade de "enormes benefícios económicos" para a Coreia do Norte.

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