China oferece iPhones em troca de esperma
Agora que a China aboliu a política do filho único, permitindo a todos os casais terem um segundo filho, a escassez de esperma disponível nos bancos dedicados à conservação destes fluidos começa a preocupar o governo.
"Vender um rim para comprar um iPhone é antiquado. Podes facilmente comprar um iPhone 6s, doando esperma", anuncia a nova campanha de uma clínica de Hubei, província da República Popular da China.
Poucos são, contudo, os homens que aceitam ser doadores e vários são aqueles que não conseguem preencher todos os requisitos exigidos.
Os bancos requerem uma licenciatura, idade compreendida entre os 22 e os 45 anos, pelo menos 165 centímetros de altura e ausência de doenças geneticamente transmissíveis.
Razões políticas, culturais e físicas agravam, assim, esta crise.
A medicina tradicional chinesa há muito que associa altos níveis de sémen à vitalidade, tornando os homens relutantes quanto à doação.
Aqueles que o fazem encontram nas famílias inférteis que procuram estes bancos recetores receosos e desconfortáveis, que consideram a utilização de esperma de terceiros um desafio dos valores de Confúcio.
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O envelhecimento populacional e a diminuição da mão-de-obra disponível são, porém, realidades que o governo não pode ignorar. "Mostra a tua compaixão. Ajuda a mitigar o envelhecimento do país", apela um órgão de comunicação estatal, reporta o The New York Times.
Nas redes sociais, os jovens são bombardeados com vídeos com esse mesmo objetivo. Oferecem dinheiro (quantias que ultrapassam os 800 euros por dador) e smartphones; apelam aos sentimentos de patriotismo; recorrem a personagens de videojogos para completarem os anúncios.
Ainda assim, os bancos de esperma são rigidamente monitorizados para que cada dador só possa engravidar, no máximo, cinco mulheres, a nível nacional.
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