Austrália começa a testar potencial vacina

A Agência Nacional da Ciência Australiana começou o primeiro estágio de testes das potenciais vacinas contra o covid-19, à medida que se junta à corrida global para combater este novo vírus.
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Os exames pré-clínicos, realizados pela Commonwealth Scientific and Inustrial Research Orgaisation (CSIRO), que consistiam em injetar em furões duas potenciais vacinas, já se encontravam a decorrer nas suas instalações perto de Melbourne.

A primeira fase de testes com estes animais deveria demorar aproximadamente três meses, afirmou à agência de notícias Reuters o diretor da CSIRO Rob Grenfell, acrescentando que qualquer resultado da vacina não iria estar disponível para o público antes do próximo ano.

"Estamos a agarrar-nos a uma visão otimista de 18 meses para a entrega da vacina aos consumidores", adiantou o responsável. "Esta visão pode mudar, claro. Existem muitos desafios técnicos que teremos de ultrapassar", acrescentou.

Grenfell confirmou que os cientistas estão a trabalhar a um ritmo notável, tendo atingido a fase de exames pré-clínicos em apenas oito semanas quando o processo, normalmente, pode levar até dois anos. "Esta é a velocidade a que temos trabalhado ultimamente"

Mais de 850.000 pessoas foram infetadas pelo novo coronavírus em 207 países e territórios, vírus que já fez mais de 42.000 vítimas mortais. A Austrália registou aproximadamente 5200 casos e 24 mortes.

Rob Grenfell afirma que espera que os exames em humanos de uma das duas vacinas comece no fim deste mês ou no início do próximo.

A CSIRO refere que a realização dos testes pode tanto cobrir a eficácia como avaliar a melhor forma de administrar a vacina, para uma maior proteção, incluindo injeções intra-musculares e um spray nasal.

Esta organização foi a primeira, fora do território da China, a desenvolver uma versão do vírus em laboratório de forma a possibilitar estudos pré-clínicos sobre o covid-19.

Os humanos e os furões partilham um recetor comum nas suas células respiratórias, ao qual o vírus se liga, o que veio a confirmar em fevereiro que esta espécie também reagia da mesma forma ao covid-19.

"Se conseguirmos parar a ligação do vírus aos recetores do sistema respiratório dos furões, temos uma boa hipóteses que (a vacina) também funcione em humanos" assegura Rob Grenfell.

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