Ativistas impedem distribuição dos jornais do magnata Murdoch

A polícia britânica deteve hoje 13 pessoas que participaram num protesto ecologista em frente a três gráficas do grupo News Corporation, impedindo a saída de camiões.
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Durante a noite de sexta-feira, uma centena de ativistas do movimento Extinction Rebellion (XR) bloquearam o acesso a gráficas da Newsprinters, propriedade do grupo detido pelo norte-americano Rupert Murdoch, em Inglaterra e na Escócia, em protesto por as suas publicações "não informarem sobre a crise climática e manipularem a verdade".

Os manifestantes cortaram as estradas que conduzem às gráficas de Broxbourne (no centro de Inglaterra), Knowsley (noroeste) e Motherwell (na Escócia), tendo impedido a saída de camiões que deveriam distribuir diários como The Sun e The Times, propriedade do norte-americano, mas também de outros ali impressos, como The Daily Mail, The Daily Telegraph e Financial Times.

Rupert Murdoch, nascido na Austrália há 89 anos, é o proprietário da News Corp., que detém diversos meios de comunicação não só nas ilhas britânicas, mas também na Austrália e Estados Unidos (como o Wall Street Journal). Politicamente conservador, apoiou o Brexit e Donald Trump.

Em comunicado, a Newsprinters condenou o que classificou como um ataque "contra a imprensa livre", sublinhando que ainda que possa imprimir os títulos com o apoio de gráficas rivais, não conseguirá evitar atrasos na sua distribuição.

A ministra do Interior, Priti Patel, lamentou que "esta manhã, haja gente em todo o país que não poderá ler o seu jornal devido aos atos do Extinction Rebellion" e classificou como inaceitável esta "afronta à imprensa livre, à sociedade e à democracia".

Um membro do grupo Extinction Rebellion defendeu, por seu turno, em comunicado, que os media tradicionais "devem parar de lucrar com a cultura do clickbait", responsável pela desinformação e por fazer as pessoas suspeitarem "dos estrangeiros e dos grupos vulneráveis".

O grupo ecologista iniciou em 1 de setembro 10 dias de protestos em diversas cidades do Reino Unido, com concentrações em lugares emblemáticos como o Palácio de Buckingham e a sede do Banco de Inglaterra, em Londres.

Na passada quinta-feira, mais de 300 pessoas foram detidas em manifestações na capital britânica e a polícia advertiu que os manifestantes incorrem em multas por não respeitarem as normas contra a covid-19.

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