Uma das principais ativistas pela descriminalização do aborto no Brasil, Debora Diniz, recebeu ameaças de morte antes de uma audiência no Supremo Tribunal Federal, informou esta sexta-feira a Human Rights Watch (HRW)..Nas últimas semanas, Debora Diniz, professora de direito e cofundadora do Anis - Instituto de Bioética, uma organização não-governamental de Brasília, foi ameaçada de morte devido ao seu trabalho pela defesa do acesso ao aborto..De acordo com a HRW, a ativista brasileira teve mesmo de sair de casa e foi incluída no Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos..Entre esta quinta-feira e 06 de agosto o Supremo Tribunal Federal realizará uma audiência pública, em Brasília, sobre uma ação que questiona a criminalização do aborto nas primeiras 12 semanas de gestação.."É profundamente perturbador que Debora Diniz enfrente ameaças de morte e tenha que contar com proteção policial por estar a defender os direitos das mulheres, de tomar decisões fundamentais sobre os seus corpos e as suas vidas", disse José Miguel Vivanco, diretor da divisão das Américas da HRW.."As autoridades brasileiras devem tomar medidas imediatas para garantir que todos os participantes da audiência da Suprema Corte [tribunal] possam exercer com segurança a sua liberdade de expressão", acrescentou o responsável daquela organização internacional..Nos termos do código penal, o aborto é criminalizado e proibido no Brasil, exceto quando a gravidez resultou de violação ou ameaça à vida da mulher, ou ainda quando o feto tem anencefalia, uma má formação cerebral fatal.