Miguel Castro disse que a "sombra permanente" de corrupção que paira sobre o Governo Regional impõe o seu derrube.
Miguel Castro disse que a "sombra permanente" de corrupção que paira sobre o Governo Regional impõe o seu derrube.Foto: Homem de Gouveia / Lusa

Madeira: Chega defende que Governo "chegou ao fim da linha"

Debate na Assembleia Legislativa Regional da Madeira deverá terminar com a queda do Executivo de Miguel Albuquerque, que se defende dos ataques vindos da direita e da esquerda.
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O líder do Chega-Madeira, Miguel Castro, iniciou o debate da moção de censura ao Governo Regional da Madeira, que está a decorrer nesta manhã de terça-feira na Assembleia Legislativa Regional, dizendo que o Executivo liderado por Miguel Albuquerque "chegou ao fim da linha".

"Temos a coragem e dizer o que muitos sussurram. Este Governo chegou ao fim da linha", disse o também líder parlamentar regional do Chega, realçando que "mais de metade do Executivo está indicado por corrupção".

Segundo Miguel Castro, essa "sombra permanente" que paira sobre o Governo Regional da Madeira mostra que "não está preparado para governar em minoria e não está preparado para governar em democracia". Para o deputado, o Chega "não será o soro de vida" de um Executivo que acusou de governar "para os interesses instalados".

Mas o líder regional do Chega também não poupou críticas à "oposição frouxa, incompetente e sem visão estratégica" que adiou a votação da moção de censura, num ataque ao PS-Madeira e ao Juntos Pelo Povo.

Na resposta à intervenção inicial, Miguel Albuquerque também reagiu àquilo a que chamou "mais um número circense de irresponsabilidade total" como indo ao encontro da "ambição desmedida de protagonistas políticos repetidamente derrotados nas urnas", numa referência às suas duas vitórias sobre o PS liderado pelo ex-presidente da Câmara do Funchal, Paulo Cafôfo.

O presidente do Governo Regional da Madeira acusou o Chega de "servir de bengala" à "esquerda ressentida". E referiu-se ao partido liderado por André Ventura, que apresentou como o verdadeiro mentor da moção de censura, como sendo o "aliado da esquerda" no Continente e nas Regiões Autónomas.

"Toda esta patética cena visa decapitar a liderança e o Governo ratificados pelos militantes do PSD e pelos eleitores madeirenses", disse Albuquerque, defendendo que a previsível aprovação da moção de censura irá paralisar a economia da Região Autónoma.

"Todos podem pagar muito caro pela estratégia de Ventura", disse Albuquerque, levando mais tarde Miguel Castro a responder que será possível governar em duodécimos até ao Governo resultante de novas eleições apresentar um Orçamento Regional.

Sobre os problemas judiciais que justificaram a moção de censura, o presidente do Governo Regional negou que haja qualquer perda de legitimidade. "Nem eu nem nenhum dos meus colegas de Governo está acusado de qualquer crime", repetiu, referindo-se a "calúnias abjetas" e "alarvidades debitadas nas redes sociais".

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