Lisboa cancela arraiais de Santo António e marchas populares
A edição deste ano das marchas populares de Lisboa e os arraiais de Santo António foram cancelados devido à pandemia Covid-19, anunciou este sábado a Câmara Municipal de Lisboa.
Em comunicado a autarquia lisboeta refere que atendendo ao desenrolar da atual pandemia e do período de confinamento e distanciamento social ter inviabilizado os ensaios, a câmara municipal e a EGEAC - Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural-, decidiram cancelar a edição de 2020 das marchas populares de Lisboa.
O tema "Amália Rodrigues" transitará para a edição de 2021 das marchas populares, permitindo que todo o trabalho realizado (arcos, cenografia, figurinos), possa ser rentabilizado no próximo ano.
A autarquia anuncia ainda que a edição de 2020 dos casamentos de Santo António, da qual não foi possível realizar entrevistas e selecionar os nubentes, também está cancelada.
As candidaturas para 2020 serão automaticamente consideradas para a edição de 2021.
A decisão surge na sequência de um conjunto de medidas de proteção da saúde pública que a autarquia tem vindo a aplicar desde o dia 11 de março, como o encerramento de eventos e instalações desportivas, culturais, bibliotecas e museus, para reduzir o risco de contágio.
A Câmara Municipal de Lisboa explica que a elevada concentração de pessoas que marca os arraiais populares, é incompatível com a sua realização mesmo num cenário de achatamento da curva de contágio e da diminuição do número de infetados, razão pela qual a edição de 2020 está cancelada.
Os cancelamentos das festas populares também aconteceram a Norte. As Câmaras do Porto e de Vila Nova de Gaia anunciaram este sábado o cancelamento das festas de São João, devido à pandemia, uma medida que admitem causar "tristeza", mas ser necessária dada a incerteza de propagação do vírus.
Em comunicado, ambas as autarquias falam do "potencial de risco para a saúde pública", com a Câmara do Porto, liderada pelo independente Rui Moreira a referir que esta é "uma medida que deixa os portuenses e todos os amantes desta grande festa certamente tristes".
Já a Câmara de Vila Nova de Gaia, presidida pelo socialista Eduardo Vítor Rodrigues, também em nota enviada à agência Lusa, aponta que "o verão poderá trazer alguma atenuante", mas admite que poderá não ser possível "regressar de imediato à normalidade".
As festas de São João são celebradas no Norte do país, de 23 para 24 de junho, sendo que no distrito do Porto, os concelhos do Porto e de Vila Nova de Gaia têm tradicionalmente dividido a organização que costuma contar com fogo-de-artifício e espetáculos de animação, entre outros entretenimentos que levam milhares de pessoas à rua.
Na sua nota, a Câmara do Porto escreve que "a Festa de São João não se irá realizar este ano em virtude da atual situação de pandemia covid-19", apelidando esta decisao de "prudente, especialmente dada a incerteza de propagação do vírus e das suas consequências".
"Toda a programação prevista para esta ocasião, incluindo concertos e outras atividades de animação ficam assim cancelados, sendo as verbas referentes a essas iniciativas alocadas ao esforço do Município nas diversas ações de combate ao atual cenário de pandemia", anuncia ainda a Câmara do Porto.
Já a Câmara de Vila Nova de Gaia -- que termina a nota com a mensagem "A cidade voltará mais forte. Vamos todos ficar bem" -- refere que "a atual pandemia covid-19 está, infelizmente, para durar", razão pela qual considera que lhe compete "fazer tudo para diminuir o tempo desta situação".
"É certo que todo o tipo de concentrações ou ajuntamentos de pessoas continuará a ser interdito no país. Por isso, e porque importa atempadamente acautelar a vida das pessoas, bem como aspetos organizativos e a informação a todos, determinou-se o cancelamento das Festas Populares de São João 2020", refere a nota camarária.
Em Vila Nova de Gaia também foi cancelada a Festa do São Pedro da Afurada e a autarquia acrescenta que serão canceladas também "todas as outras de caráter privado".