O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, assinou esta segunda-feira, 17 de novembro, em Paris um acordo para a compra de até 100 aviões de combate Rafale a França, além de sistemas de defesa aérea e drones."Marca um momento significativo, verdadeiramente histórico para ambas as nossas nações – França e Ucrânia", realçou o chefe de Estado ucraniano sobre a Declaração de Intenções sobre a Cooperação na Aquisição de Equipamento de Defesa para a Ucrânia. Fontes da Presidência francesa divulgaram o conteúdo da carta de intenções, assinada por Zelensky e pelo presidente francês Emmanuel Macron na base aérea de Villacoublay, a vinte quilómetros a sudoeste de Paris.Zelensky detalhou, numa mensagem divulgada nas redes sociais, que esta Declaração de Intenções sobre a Cooperação na Aquisição de Equipamento de Defesa vai permitir "à Ucrânia adquirir equipamento militar da base industrial e tecnológica de defesa de França, incluindo 100 aviões Rafale F4 até 2035 para a aviação de combate ucraniana, sistemas de defesa aérea SAMP/T, radares de defesa aérea, mísseis ar-ar e bombas aéreas". .Macron: "A Rússia não quer a paz".O presidente ucraniano adiantou que os projetos conjuntos entre os dois países, na área da Defesa, vão entrar em vigor ainda este ano. "Coproduziremos drones intercetores e trabalharemos no desenvolvimento de tecnologias e componentes críticos que possam ser integrados em drones ucranianos", explicou."Novas aeronaves, novos reforços, novos passos para fortalecer o nosso exército e o nosso país", sintetizou Zelensky, que disse estar "profundamente grato à França, ao presidente Emmanuel Macron e a todo o povo francês".Já em conferência de imprensa, ao lado do seu homólogo francês, Zelensky afirmou que o acordo de hoje vai adicionar elementos "eficazes, práticos e fortes" à capacidade da Ucrânia de se defender.Durante as conversações sobre este acordo, disse Zelensky, citado pela imprensa internacional, também foi abordada a possibilidade de se regressar às negociações de paz, mencionando a importância da "criação das condições necessárias" para que seja colocado um ponto final à guerra com a Rússia, em curso há mais de três anos. Aos jornalistas, Macron afirmou que a Ucrânia e os seus aliados estão prontos para as conversações de paz, mas, defendeu o chefe de Estado francês, Moscovo não quer o fim do conflito, tendo em conta os mais recentes ataques russos contra infraestruturas energéticas ucranianas. "A Rússia não quer a paz", disse. "Continuamos determinados, fortes e unidos pela paz. Não se trata apenas da segurança da Ucrânia, mas da segurança de todos os europeus que está em causa”, acrescentou Macron. Disse ainda esperar que a paz seja alcançada até ao fim do seu mandato, em 2027. O presidente ucraniano iniciou esta segunda-feira a nona visita a França desde o início da invasão russa, em fevereiro de 2022.O encontro em Villacoublay teve como objetivo reafirmar o apoio de Macron à Ucrânia num momento particularmente delicado devido à situação na linha da frente e à crise política que o Governo ucraniano enfrenta neste momento devido aos casos de corrupção.Macron recebeu Zelensky acompanhado pelos ministros da Defesa, Catherine Vautrin, e dos Negócios Estrangeiros, Jean-Noel Barrot.Depois de ouvir os hinos nacionais de ambos os países e de inspecionar as tropas presentes em Villacoublay, o presidente francês mostrou a Zelensky uma série de equipamentos militares franceses, incluindo caças Rafale, mísseis antiaéreos SAMP/T NG e Aster 30 B NT, radares GF 300 e aparelhos aéreos não tripulados (drones).A visita à base aérea francesa foi anunciada por Zelensky no domingo, durante a primeira etapa de uma viagem pela Europa, na Grécia.Na terça-feira, Volodymyr Zelensky vai deslocar-se a Espanha. Esta segunda, de acordo com a agenda oficial, após a visita à base aérea, Macron e Zelensky vão visitar a sede da coligação de voluntários, grupo composto por 35 países, sobretudo europeus, que estão a preparar garantias de segurança para Kiev caso se verifique um acordo de cessar-fogo com a Rússia..Usada para levar "armas para a Ucrânia". Explosão em linha ferroviária na Polónia foi "ato de sabotagem".Ataque russo fez três mortos em Kharkiv e atingiu navios em Odessa