Yaron ia pedir Sarah em casamento. Quem são os dois funcionários da embaixada israelita mortos a tiro?
Embaixada de Israel nos EUA

Yaron ia pedir Sarah em casamento. Quem são os dois funcionários da embaixada israelita mortos a tiro?

Yaron Lischinsky e Sarah Lynn Milgrim foram mortos quando saíam de um evento no Museu Judaico, em Washington. "Estavam no auge das suas vidas." Saiba quem é o suspeito detido pelo crime.
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Além de trabalharem juntos, Yaron Lischinsky e Sarah Lynn Milgrim tinham planos de futuro em comum. Pelo menos seria essa a ideia do jovem, de 28 anos, quando comprou recentemente um anel de noivado para a namorada. Ele tinha a intenção de pedi-la em casamento na próxima semana, em Jerusalém.

Os dois eram funcionários da embaixada israelita em Washington e foram mortos na noite de quarta-feira à saída de um evento no Museu Judaico, em Washington. Após o crime, as autoridades pediram à população da capital dos EUA para evitar a zona onde ocorreu o duplo assassinato. Está em curso uma investigação.

“Chocado com o horrível assassinato antissemita", o primeiro-ministro israelita, Benjamin Natanyahu ordenou "que a segurança fosse reforçada nas missões israelitas em todo o mundo e para os representantes do Estado".

"Somos testemunhas do terrível custo do antissemitismo e da incitação selvagem contra o Estado de Israel", lamentou.

Os planos de casamento dos dois funcionários da representação diplomática foram referidos por Yechiel Leiter, embaixador israelita nos EUA, citado pelo Times of Israel, jornal que deu conta de algumas palavras escritas pelo casal nos seus perfis no LinkedIn.

Com um mestrado em Governo, Diplomacia e Estratégia pela Universidade de Reichman e uma licenciatura em Relações Internacionais pela Universidade Hebraica Lischinsky defendeu o "diálogo inter-religioso e a compreensão intercultural" na plataforma, explica a publicação.

Sarah Milgrim, que trabalhou no departamento de diplomacia pública da embaixada, tinha um mestrado em estudos internacionais pela American University e um mestrado em recursos naturais e desenvolvimento sustentável pela Universidade da Paz das Nações Unidas.

“A minha paixão reside na intersecção entre a construção da paz, o envolvimento religioso e o trabalho ambiental”, escreveu Milgram na sua página do LinkedIn. Nesta plataforma conta que trabalhou com a organização Tech2Peace em Telavive, tendo realizado "uma investigação exaustiva sobre a teoria da construção da paz, dando ênfase às iniciativas de base na região israelo-palestiniana".

"Eram nossos amigos e colegas. Estavam no auge das suas vidas. Esta noite, um terrorista matou-os a tiro quando saíam de um evento no Museu Judaico da Capital, em DC", lê-se no comunicado da missão diplomática israelita, cuja equipa "está de coração partido e devastada" pelo assassinato dos dois jovens. "Não há palavras para expressar a profundidade da nossa dor e horror perante esta perda devastadora."

Naim Cohen, porta-voz da embaixada recordou: "Ainda esta manhã estávamo-nos a rir juntos na esquina do café - e agora, tudo o que resta é uma fotografia".

"Em vez de vos levar ao altar, vamos convosco para as vossas sepulturas. Que perda insuportável", acrescentou Cohen na rede social X.

A identidade das vítimas mortais foi confirmada pela embaixada e pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros de Israel. "O meu coração está de luto pelas famílias dos jovens que amamos, cujas vidas foram encurtadas num momento por um abominável assassino antissemita", declarou o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, numa mensagem divulgada nas redes sociais pelo seu gabinete.

Elias Rodriguez identificado como suspeito do ataque. Terá gritado "Palestina livre"

De acordo com a emissora norte-americana NBC News, um homem armado gritou "Palestina livre" quando foi detido à frente ao museu. Será o suspeito do crime. Foi identificado como Elias Rodriguez, 30 anos, de Chicago, noticiou o Times of Israel.

Segundo o The Jerusalem Post, Rodriguez seria um membro ativo de um grupo pró-palestiniano marxista chamado Partido para o Socialismo e a Libertação. Mas o partido já negou a informação.

"Rejeitamos qualquer tentativa de associar o PSL com o tiroteio em Washington. Elias Rodriguez não é um membro do PSL. Teve uma breve associação com um dos ramos do PSL que acabou em 2017. Não temos conhecimento de qualquer contacto com ele há mais de sete anos. Não temos nada a ver com este tiroteio e não o apoiamos", indicaram numa mensagem no X.

Ainda de acordo com o The Jerusalem Post, Rodriguez estudou Inglês na Universidade de Illinois, em Chicago, e trabalhou como investigador na The History Makers (que procurava documentar histórias pessoais de afro-americanos nos EUA) e na Associação Americana de Informação Osteopática. E terá feito um donativo à campanha de Joe Biden em 2020.

O presidente dos EUA, Donald Trump fala em "horríveis assassínios em Washington, obviamente motivados pelo antissemitismo", que "têm de acabar agora!". "O ódio e o radicalismo não têm lugar nos Estados Unidos", garantiu na Truth Social.

Com Susana Salvador

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