Oficialmente Steve Witkoff pode ser apenas o enviado especial da Casa Branca para o Médio Oriente, mas também tem sido a ele que o presidente norte-americano, Donald Trump, tem recorrido quando precisa de alguém para se sentar frente a frente com o homólogo russo, Vladimir Putin. Witkoff era esperado este domingo (3 de agosto) em Moscovo, não sendo certo se um novo encontro com o presidente estava na agenda. A última reunião entre ambos foi em abril. A viagem de Witkoff, que foi confirmada pelo embaixador dos EUA na NATO, Matthew Whitaker, surge em vésperas de acabar o prazo dado por Trump para Rússia e Ucrânia chegarem a um acordo de cessar-fogo. O ultimato termina a 8 de agosto (inicialmente o prazo era mais alargado, até setembro, mas o presidente norte-americano terá perdido a paciência), com os EUA a ameaçar impor sanções contra Moscovo (será a primeira vez desde que Trump regressou à Casa Branca em janeiro). As sanções serão também contra países terceiros, nomeadamente os que continuam a comprar o petróleo russo - entre eles China e Índia. Os indianos já disseram que vão continuar a comprar o petróleo russo barato, apesar das ameaças de Trump. Putin, lembra o site Russia Today, já tinha sublinhado que Moscovo está pronta para negociações e nunca rejeitou conversações em princípio. “As negociações são sempre necessárias e importantes, especialmente quando conduzem à paz”, disse na semana passada. O Kremlin diz que as hostilidades terminariam se Kiev aceitasse a neutralidade e revertesse as políticas que Moscovo acredita discriminarem os russos étnicos. A visita de Witkoff surge também depois de, na sequência de uma troca de palavras nas redes sociais com o ex-presidente russo Dmitry Medvedev, Trump ter ordenado na sexta-feira o envio de dois submarinos nucleares (não é claro se são de propulsão nuclear ou com armas nucleares) para “zonas apropriadas” junto da Rússia. .Trump ordena mobilização de submarinos nucleares perto da Rússia após ameaças de Medvedev.Medvedev classificou o ultimato de Trump de “um passo para a guerra” e lembrou o sistema “Mão Morta” (do tempo da Guerra Fria, mas ainda ativo) que prevê o lançamento automático de um contra-ataque nuclear, mesmo se a liderança russa tiver sido morta no ataque inicial dos EUA.