Von der Leyen: “O antisemitismo ameaça a democracia e é um cancro que questiona as fundações da UE”
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Von der Leyen: “O antisemitismo ameaça a democracia e é um cancro que questiona as fundações da UE”

A presidente da Comissão Europeia considera que é tempo de silenciar as armas no Médio Oriente para que haja paz em Israel, em Gaza e no Líbano.
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A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, participou esta segunda-feira à noite numa cerimónia de homenagem às vítimas dos ataques de 7 de outubro de 2023, que decorreu na Grande Sinagoga de Bruxelas, onde prometeu fazer tudo o que tiver ao alcance para combater o antisemitismo na Europa.

Von der Leyen, defendeu que agora é tempo de calar as armas no Médio Oriente e dar lugar à paz na região.

“Todos os civis devem ser protegidos. É tempo de acabar com o derramamento de sangue”, apelou, perante familiares das vítimas e dos reféns do Hamas e membros da comunidade judaica de Bruxelas.

“É altura de quebrar o perigoso ciclo de ataques e retaliações com uma diminuição da tensão em toda a região no início deste novo ano, que a violência finalmente termine, que os reféns finalmente regressem a casa e que haja, finalmente, paz e segurança para as pessoas em Israel, Gaza e Líbano”, defendeu.

Durante a cerimónia, Ursula von der Leyen condenou os ataques antisemitas que têm surgido também na Europa, considerando que se trata de um fenómeno “preocupante”.

“Sinagogas foram vandalizadas, pessoas foram atacadas apenas por usarem uma kipá, estudantes não puderam ir à universidade porque não se sentiam seguros, cânticos de ódio contra judeus ressoaram de repente nas ruas da Europa”, lamentou.

“Isto é simplesmente inaceitável. Não há justificação para isto. Nenhuma guerra e nenhum argumento político podem desculpar o anti-semitismo. E deixem-me ser muito clara: O anti-semitismo é uma ameaça à nossa democracia. É um cancro que questiona as próprias fundações da nossa União Europeia, e nunca permitiremos isso”, assegurou, apontando para as medidas de Bruxelas contra o antisemitismo.

“Aumentámos o financiamento para a segurança em escolas judaicas e sinagogas. Tomámos medidas contra as plataformas de redes sociais que permitem a proliferação do ódio online. E estamos a construir uma rede em toda a Europa para identificar rapidamente conteúdos antisemitas em todas as línguas europeias”, detalhou, prometendo reforçar o combate europeu ao antisemitismo.

“A vida judaica na Europa deve florescer, não esconder-se. E não pouparei esforços para garantir que os judeus possam viver e prosperar na Europa e em paz. Não é apenas um dever moral, é também um pré-requisito da Europa que conhecemos e amamos. Por isso, dedicarei ainda mais recursos a este objetivo”, prometeu a chefe do executivo comunitário.

“A história da Europa é a história dos judeus europeus. E o futuro da Europa também deve ser o vosso futuro”, afirmou a presidente entre os aplausos da comunidade judaica presente na Grande Sinagoga de Bruxelas.

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