Caracas anunciou este domingo, 21 de dezembro, o envio de petróleo venezuelano para os Estados Unidos através da Chevron, enquanto Washington prosseguia a perseguição de um terceiro petroleiro nas Caraíbas, intensificando o bloqueio a navios ligados à PDVSA.A vice-presidente executiva e ministra dos Hidrocarbonetos da Venezuela, Delcy Rodríguez, informou no seu canal na plataforma Telegram que o navio Canopus Voyager partiu "com petróleo venezuelano rumo aos Estados Unidos", em "rigoroso cumprimento das normas" e dos compromissos da indústria petrolífera nacional.Apesar das sanções impostas ao crude venezuelano, a Chevron opera no país em associação com a estatal PDVSA ao abrigo de uma licença especial emitida pelo Departamento do Tesouro dos EUA."Venezuela sempre foi e continuará a ser respeitadora da legalidade nacional e internacional. Nada nem ninguém deterá a nossa pátria no seu caminho de avanço e vitória!", declarou Rodríguez, partilhando também um vídeo do navio.A operação ocorre num contexto de forte tensão bilateral: Washington confiscou dois petroleiros nas últimas semanas e no domingo continuava a perseguição de um terceiro navio, o Bella 1, alvo de sanções desde 2024 por alegadas ligações ao Irão e ao Hezbollah, segundo a imprensa norte-americana.Um responsável dos EUA confirmou à agência AFP que a guarda costeira norte-americana está a "perseguir ativamente um navio sancionado" envolvido no alegado "contorno ilegal das sanções pelo regime venezuelano".O navio navegaria com bandeira falsa e está sob ordem de apreensão judicial.De acordo com o jornal New York Times, as forças dos EUA aproximaram-se do Bella 1 no sábado à noite, após obterem mandado de um juiz federal, mas o petroleiro não acatou a ordem e continuou a navegação. O portal TankerTrackers indicou que o navio seguia rumo à Venezuela e não transportava carga.Esta é a terceira operação norte-americana no mar das Caraíbas no espaço de duas semanas: no sábado, os EUA confiscaram o petroleiro Centuries, com bandeira do Panamá, que, segundo a Casa Branca, fazia parte da "frota fantasma" usada para "traficar petróleo roubado e financiar o regime narcoterrorista de Maduro". A primeira interceção ocorreu a 10 de dezembro, com a apreensão do navio Skipper.O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, justificou as operações com a alegação de que o petróleo venezuelano está a ser usado para financiar "narcoterrorismo, tráfico de seres humanos, homicídios e raptos". Caracas rejeitou as acusações, classificando as apreensões como "roubos", e denunciou uma campanha para derrubar o Governo de Nicolás Maduro e se apoderar das reservas petrolíferas do país.Maduro acusou ainda os EUA de atuarem como "piratas modernos" e afirmou que a Venezuela leva "25 semanas a denunciar, enfrentar e derrotar uma campanha de agressão que vai desde o terrorismo psicológico até aos assaltos a petroleiros"..EUA intercetam mais um petroleiro junto à Venezuela. Caracas fala em "roubo e sequestro".O petróleo, a frota fantasma e o que está por trás do bloqueio naval dos EUA à Venezuela