"Vamos eliminar todo o exército sombra". Orbán ameaça juízes, ONG e meios de comunicação social
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"Vamos eliminar todo o exército sombra". Orbán ameaça juízes, ONG e meios de comunicação social

Primeiro-ministro húngaro avançou que nas próximas semanas vai acabar com os meios de comunicação social e outras organizações que receberam financiamento do estrangeiro, comparando-os a insetos.
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O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, avançou este sábado que nas próximas semanas a Hungria vai acabar com os meios de comunicação social e outras organizações que receberam financiamento do estrangeiro, comparando-os a insetos.

"Depois da reunião festiva de hoje, vem a limpeza da Páscoa. Os insetos já passaram o inverno. (...) Vamos desmantelar a máquina financeira que usou dólares corruptos para comprar políticos, juízes, jornalistas, pseudo-ONG e ativistas políticos. Vamos eliminar todo o exército sombra", afirmou.

Orbán já havia apelado, em fevereiro, a leis mais rigorosas para vetar os meios de comunicação e organizações não-governamentais que no passado beneficiaram de ajudas externas.

Esta semana, o partido do líder do Governo, o Fidesz, propôs alterações à Constituição húngara para permitir a suspensão da cidadania e deportação de cidadãos húngaros com dupla nacionalidade, caso se considere que são uma ameaça à soberania ou segurança nacional do país.

Outra alteração visa a comunidade LGBTQ+, tendo o partido de Orbán afirmado que o evento anual da Marcha do Orgulho, que se celebra em Budapeste desde os anos 1990, seria proibido a partir deste ano.

O primeiro-ministro da Hungria voltou este sábado a criticar a União Europeia, afirmando que o "império de Bruxelas" abusa do seu poder, e defendeu que as forças ultraconservadoras são cada vez mais fortes no mundo.

"O império de Bruxelas abusa do seu poder", afirmou o líder húngaro, acrescentando que não se deve virar costas à União Europeia, mas "ocupá-la e mudá-la".

Orbán discursava para milhares de apoiantes que, em frente ao Museu Nacional, celebravam o feriado nacional da revolução húngara de 1848 contra o domínio dos Habsburgos.

Numa praça próxima ao Museu Nacional, críticos e opositores de Orbán vaiaram todo o seu discurso.

"Chegará o tempo de reclamarmos os direitos que [Bruxelas] nos tirou", afirmou o primeiro-ministro, que repetidamente acusa a União Europeia de limitar as competências nacionais.

Orbán, que é aliado do Presidente norte-americano e do Presidente russo, defendeu ainda que "os patriotas são o futuro", uma vez que ganharam força e venceram as eleições nos Estados Unidos, Holanda e Áustria.

Numa referência à imigração, o líder húngaro afirmou que "o império quer substituir os nativos do continente por massas invasoras de civilizações estrangeiras".

Simultaneamente, acusou Bruxelas de querer " desviar os filhos e netos da ordem saudável da criação para um caos não natural" e de criar "um império global arco-íris".

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